O ministro da Justiça, Iván Lima, garantiu que a autoridade internacional se reunirá virtualmente ou pessoalmente com os juízes do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), cujo mandato legal de seis anos terminou em 2 de janeiro e permanecem em funções.
“A relatora vai acompanhar permanentemente a Bolívia, anunciou uma visita acadêmica a nós, que aceitamos como Governo, e esperamos que nos próximos três a seis meses ela possa vir pessoalmente ao país, “, disse o chefe.
Lima sustentou que os magistrados do “TCP são parte relevante e importante nesta situação que se instalou”, com a prorrogação de mandato no Poder Judiciário e no TCP, prevista na decisão constitucional 049/2023 para as fracassadas eleições judiciais em 2023.
O ministro apelou ao diálogo na Assembleia Legislativa Plurinacional para “ultrapassar estes erros” cometidos em 2023 e que os impediram de cumprir a sua responsabilidade constitucional de selecionar os candidatos a serem eleitos pelo voto popular.
Lamentou os bloqueios rodoviários que os setores camponeses indígenas mantêm desde esta segunda-feira, especialmente em Cochabamba, com a exigência de renúncia das altas autoridades do Poder Judiciário e do TCP.
Em discurso pelos 15 anos do Estado Plurinacional, na véspera na Casa Grande del Pueblo (sede do governo), o vice-presidente, David Choquehuanca, anunciou que convocará as diferentes forças políticas para um diálogo para definir a data do início das negociações.
Coincidentemente, nessa mesma data foi tornada pública uma declaração da Relatora Especial da ONU na qual expressava preocupação com o atraso no processo eleitoral das mais altas autoridades judiciais do Estado Plurinacional.
“Dado que até agora não foi definida nenhuma data para as eleições judiciais, estou preocupado que esta falta de acordo político possa prejudicar a independência do poder judicial no país e que os atuais mandatos tenham sido prorrogados por um período indefinido”, disse Satterthwaite.
A relatora especial lembrou que seu antecessor fez uma visita oficial ao Estado Plurinacional da Bolívia em fevereiro de 2022 e instou “as autoridades bolivianas a implementarem as recomendações feitas em seu relatório de visita”.
Segundo a ONU, Satterthwaite tem estado em contato com o Governo da Bolívia a respeito destas preocupações.
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