A homenagem foi realizada durante um fórum especial sobre o futuro do trabalho, organizado aqui pelo Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc) e faz parte das inúmeras atividades realizadas ao longo do último ano por ocasião desse aniversário.
Paula Narváez, presidente do Ecosoc, destacou a importância de reservar um momento para homenagear a CEPAL, que realizou sua primeira sessão no Chile em junho de 1948 e desde então tem sido um pilar no apoio aos países da região.
A diplomata referiu-se às contribuições deste mecanismo no desenvolvimento de políticas públicas, aconselhamento, formação profissional, cooperação técnica e coordenação regional e internacional.
Em meio a desafios como o aumento da pobreza, os desastres naturais cada vez mais recorrentes, as desigualdades, a insegurança alimentar e a instabilidade econômica, a CEPAL nos convida a ter convicção e ambição para gerar mudanças durante a crise, disse ela.
Por outro lado, o secretário executivo daquela comissão da ONU, José Manuel Salazar-Xirinachs, relatou os contributos teóricos e práticos dados nestas sete décadas e meia.
Entre os anos 1950 e 1970, especificou, promoveu políticas de industrialização lideradas pelo Estado, reformas institucionais de carácter agrário, fiscal e financeiro e chamou a atenção para as deficiências do chamado capitalismo periférico para crescer e criar emprego.
A década de 80 foi caracterizada por uma profunda crise económica e social que levou ao conceito da década perdida e a CEPAL trabalhou intensamente na questão da dívida externa e nas formas de a renegociar.
Posteriormente surgiram fenómenos como a hiperglobalização , a necessidade de propor uma transformação produtiva com equidade, alcançar o desenvolvimento com justiça social e sustentabilidade ambiental, disse Salazar.
Hoje, indicou, a região é caracterizada por crises em cascata, especialmente depois da pandemia, e que se expressam no baixo crescimento econômico, no aumento das desigualdades e na fraca gestão institucional para gerir estas situações.
O secretário executivo da CEPAL garantiu que não basta indicar o que fazer ou elaborar listas de aspirações, mas sim colocar ênfase em como construir um futuro mais produtivo, inclusivo e sustentável, os três pontos incluídos no lema para o 75º aniversário.
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