Segundo Jérôme Bayle, criador de vacas que se tornou figura do movimento de protesto, ao meio-dia deste sábado será suspenso o bloqueio da autoestrada A64, que liga as cidades do sul de Toulouse e Bayonne (País Basco francês), que o as mobilizações começaram na última quinta-feira. Bayle conversou ontem com Attal e insistiu que o seu objetivo é que os agricultores possam viver do seu trabalho, facto que os manifestantes consideram impossível nestes tempos, denunciando os baixos salários, as desigualdades, o impacto da inflação, o aumento dos custos dos combustíveis e as normas ambientais europeias, que descrevem como muito rigorosas.
Outros bloqueios foram levantados ontem, como os da A35 no leste do país (Alsácia), da A31 (Mosela) ou da A28 (Eure e Seine-Maritime), mas muitos outros permanecem ativos.
O primeiro-ministro anunciou a suspensão do aumento do custo dos combustíveis dos tratores, a simplificação de procedimentos e procedimentos de assistência e uma ajuda de 50 milhões de euros à subsidiária biológica (Bio) nos campos.
Da mesma forma, reiterou que a França continuará a se opor ao acordo entre a União Europeia e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que inclui Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores Franceses (Fnsea) e os Jovens Agricultores (JA) afirmaram que vão manter a mobilização, considerando as medidas governamentais insuficientes.
O primeiro-ministro não respondeu a todas as questões levantadas, disse o presidente da Fnsea, Arnaud Rousseau, ao canal TF1.
Por sua vez, o dirigente máximo do JA, Arnaud Gaillot, comentou ao canal BFM TV que após consulta às bases, a palavra de ordem é manter a mobilização, que tem como principal expressão o bloqueio de autoestradas com tratores e com medidas que impactaram, na véspera, 85 dos 96 departamentos metropolitanos.
Alguns farão uma pausa, outros continuarão durante todo o fim de semana, mas a intenção é continuar, acrescentou Gaillot.
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