À sua chegada esta manhã ao Décimo Tribunal Pluripessoal de Primeira Instância Penal, na Torre de Tribunales da capital, o conhecido jornalista disse à imprensa local que os seus direitos tinham sido violados ao ser detido e praticamente sequestrado.

Assegurou, no entanto, que nas últimas duas semanas tem registado melhorias nas suas condições, o que o levou mesmo a poder tomar banho em água quente esta manhã.

Descreveu a magistrada responsável pelo caso como “uma das juízas incondicionais” à procuradora-geral e chefe do Ministério Público (MP), Consuelo Porras.

Depois de saber que Bremer remarcou a audiência devido a uma convocatória para uma avaliação no Conselho da Carreira Judicial, Zamora considerou excelente que tivessem nomeado um substituto, mas não o fizeram.

Em resposta ao que sente pelo facto de o julgamento continuar a ser adiado, disse que esta é a segunda vez e que é preciso ter paciência, humildade e fé.

Espera que “possamos terminar as audiências com todos estes juízes subordinados ao MP e encontrar juízes mais qualificados, justos e independentes”, sublinhou.

No âmbito da investigação “Chantagem, impunidade e branqueamento de capitais”, foi acusado de branquear dinheiro através de Ronald García Navarijo, antigo diretor do Banco de los Trabajadores (Bantrab), que era uma das suas fontes jornalísticas.

De acordo com a Procuradoria Especial contra a Impunidade (FECI), órgão do MP, este último entregava-lhe um cheque, que ele depositava numa unidade do sistema, cujo montante teria origem ilícita, segundo a Procuradoria Especial contra a Impunidade (FECI), órgão do MP.

O órgão de investigação pediu uma pena de 40 anos de prisão para os acusados por lavagem de dinheiro, chantagem e tráfico de influência.

O oitavo advogado de defesa de Zamora, Joel Iván Reyes, sublinhou que este organismo não podia “quebrar o princípio da inocência do Sr. Zamora Marroquín, uma vez que as provas apresentadas carecem de legalidade”.

A FECI acrescentou um terceiro caso contra o jornalista relacionado com documentos falsos de fevereiro e março de 2015 para sair do país (documentos de declaração aduaneira que “não coincidem” com os registados).

O repórter alegou que se tratava de uma perseguição patrocinada pelos três poderes do Estado contra o elPeriódico, um dos meios de comunicação mais críticos contra o governo de Alejandro Giammattei (2020-2024) e Otto Pérez Molina (2016-2020).

Zamora, 67 anos, está em prisão preventiva desde 29 de julho de 2022, quando foi detido no meio de uma grande operação policial.

O 1 de dezembro desse ano, ElPeriódico teve de encerrar a sua versão impressa e, embora mantivesse a versão digital, foi obrigado a fechá-la a 15 de maio de 2023, em plena perseguição financeira contra o seu fundador.

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