O relatório, que gera opiniões mistas, propõe a criminalização de dois novos delitos: a disseminação de doenças infecciosas e o feminicídio.
O documento a ser debatido no plenário da legislatura aponta para a necessidade de fortalecer as penalidades para crimes que tiveram um aumento nos últimos anos, incluindo assassinatos por contrato, sequestro, sequestro por resgate, extorsão sexual, tráfico de drogas e crimes contra a flora e a fauna.
As reformas também buscam maiores sanções para os operadores da justiça que agem fora da estrutura da lei, bem como para os funcionários públicos que cometem desvio de fundos, tráfico de influência e prevaricação, entre outras condutas.
Além disso, o projeto de lei prevê que os estrangeiros condenados por crimes, cuja pena exceda cinco anos de prisão, serão expulsos após o cumprimento da pena e ficarão proibidos de retornar ao território equatoriano por 20 anos.
O Gabinete do Procurador-Geral emitiu um comunicado no dia anterior e se opôs à iniciativa por considerar que ela não deve atender a interesses políticos e deve estar em conformidade com os princípios da política criminal.
Entre os artigos polêmicos está o relacionado à confidencialidade das investigações do Ministério Público e de outros órgãos do sistema judiciário.
Outro dos parágrafos que foram questionados busca incluir uma nova base para solicitar recursos para revisão por entidades de direitos humanos ligadas ao sistema interamericano ou às Nações Unidas, o que, de acordo com a Procuradoria Geral da República, poderia ser uma tentativa de beneficiar pessoas processadas por corrupção.
As possíveis mudanças no Código Penal Integral Orgânico ocorrerão enquanto o Equador estiver em meio a um estado de emergência e conflito armado interno, que deixou quase 8.000 pessoas detidas, incluindo 241 por suposto terrorismo.
npg/avr/bm