Uma declaração do grupo industrial aeroespacial italiano Leonardo, publicada na terça-feira no site da publicação especializada Analisi Difesa, afirmou que o programa integra supercomputadores, inteligência artificial (IA) e uma nuvem a bordo de uma constelação de satélites cibernéticos na órbita da Terra.
A iniciativa, batizada de Military Space Cloud Architecture (Milsca), objetiva fornecer às agências do governo italiano e às forças armadas nacionais maior capacidade de computação e armazenamento de alto desempenho diretamente no espaço.
Esse sistema, projetado com modelos integrados de segurança cibernética, garantirá maior velocidade e flexibilidade no processamento e na troca de informações, e poderá armazenar mais de 100 Terabytes de dados gerados na Terra e no espaço a bordo de cada satélite da constelação.
Ele terá a capacidade de realizar um poder de processamento superior a 250 Tflops, uma unidade equivalente a mil trilhões de operações por segundo, adotando algoritmos avançados que explorarão a Inteligência Artificial (IA), técnicas de aprendizado de máquina, análise de Big Data e troca de dados entre satélites.
Para isso, um supercomputador seguro e um sistema de arquivamento cibernético no espaço garantirão que os usuários tenham acesso a dados estratégicos, como comunicações, observação da Terra e dados de navegação, em qualquer lugar, mesmo nos locais mais remotos, a qualquer momento.
Com duração de 24 meses, o estudo inclui uma primeira fase destinada à definição da arquitetura do sistema e uma segunda fase que será concluída com o desenvolvimento de um gêmeo de satélite digital, juntamente com o demonstrador de terminal de satélite multiconstelação para simular, em um ambiente digital, diferentes cenários de aplicação.
Os testes serão realizados usando o novo supercomputador Davinci-1, desenvolvido pelo grupo Leonardo, um dos primeiros sistemas de computação de alto desempenho (HPC) no mundo aeroespacial e de defesa em termos de potência e desempenho de computação.
Esse estudo será o precursor de uma nova fase experimental que, se confirmada, envolverá a implantação de uma constelação de satélites de demonstração em órbita.
Simone Ungaro, diretora de inovação da Leonardo, disse que “seremos os primeiros na Europa a desenvolver um projeto Space Cloud”, que “contribuirá para os processos de digitalização e inovação tecnológica, respondendo aos desafios do futuro”.
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