Santiago do Chile, 21 de fev (Prensa Latina) Cerca de mil serviços gratuitos foram oferecidos por médicos chilenos formados pela Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) de Havana, em áreas da região de Valparaíso hoje afetadas por incêndios florestais.
Quase desde o início do incidente, os médicos criaram uma brigada que estabeleceu dois postos na Escola Popular de Arte e Música de Achupallas e no setor El Olivar, na comuna de Viña del Mar.
Héctor Riquelme, que trabalha em Valparaíso e foi um dos primeiros a chegar à zona do desastre, explicou à Prensa Latina que o grupo era formado por 23 médicos da ELAM e 66 voluntários, entre psicólogos, enfermeiros, acupunturistas, terapeutas ocupacionais, entre outros.
“Estar lá no território permitiu-nos dar uma resposta imediata e eficaz às necessidades do momento”, disse.
Ele acrescentou que trabalhavam com abordagem multidisciplinar todos os dias, inclusive nos finais de semana.
Amaya Candia, presidente do grupo de licenciados da ELAM, afirmou que foram prestados cerca de 700 serviços de medicina geral e 300 serviços complementares, como acupuntura, terapia floral e naturopatia.
Sobre os casos atendidos, explicou que os primeiros foram pessoas com feridas, queimaduras, inflamações e dores nas articulações.
Levaram então a infecções, cicatrização avançada, descompensação de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e hipotireoidismo, sintomas de estresse pós-traumático e alguns casos de sarna e pediculose, entre outros.
Viña del Mar, juntamente com Villa Alemana e Quilpué, foram as áreas mais devastadas pelos incêndios florestais que mataram 133 pessoas e destruíram milhares de casas, áreas industriais e pequenos e médios negócios.
“Os danos são extensos. Eu não estava lá quando ocorreu o terremoto de 2010, mas o desastre foi semelhante. Um terço da superfície de Viña del Mar foi queimada, segundo a mídia”, disse o cirurgião.
A ONG de Desenvolvimento ELAM-Chile considera que devido ao desastre, à densidade populacional e ao atraso na reconstrução, é necessário estabelecer ali uma brigada permanente durante pelo menos dois anos, mas não recebeu resposta da Secretaria Ministerial Regional de Saúde de Valparaíso.
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