23 de December de 2024
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Governo peruano nega acordo político, mas admite desejo de consenso

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Governo peruano nega acordo político, mas admite desejo de consenso

Lima, 22 fev (Prensa Latina) O primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, negou hoje que o governo tenha um acordo com o partido neoliberal Força Popular (FP), ao comentar as declarações do ex-governante e mentor dessa organização, Alberto Fujimori.

Num encontro com a imprensa, o alto funcionário considerou necessário clarificar a declaração de Fujimori de que não haverá eleições gerais antecipadas, tal como exigido por muitos sectores – dada a crise política e social – e acrescentou que tal foi acordado pelo partido liderado pela sua filha, Keiko Fujimori.

Não há aliança com nenhum partido, nem mesmo com o “Fujimorismo”, nem no parlamento, nem em qualquer outro espaço político, acrescentou.

O que existiu e existirá para garantir a governabilidade do país são acordos muito concretos sobre políticas públicas, normas e leis que serão do interesse do país”, disse.

Os sectores da oposição lembram que a bancada parlamentar do FP, a maior, é fundamental para estes entendimentos e acrescentam que estes são muitas vezes úteis aos seus interesses.

Os opositores também mencionam a nomeação de funcionários ligados ao fujimorismo, como os ministros da Energia e Minas, Rómulo Mucho, e da Justiça e Direitos Humanos, Eduardo Arana.

Otárola também afirmou que ele e seus ministros vão ao Congresso, que tem maioria conservadora, em busca de “consenso e não de dissidência” e para acordar agendas públicas com as bancadas no interesse da institucionalidade.

Referiu-se também às surpreendentes declarações políticas do ex-presidente Fujimori, que também considerou que seu principal assessor, Vladimiro Montesinos, condenado como seu ex-chefe por crimes contra a humanidade, só cometeu erros e anunciou que o fujimorismo participará das eleições de 2026.

Recomendou-lhe que “continue a cuidar da sua saúde, que é uma das razões pelas quais os juízes concederam o indulto” que em dezembro o libertou, encurtando a pena de 25 anos a que foi condenado por crimes cometidos durante o seu governo.

Por outro lado, continuam as críticas ao reaparecimento político de Fujimori e ao seu indulto, levantadas por aqueles que afirmam que o seu grave estado de saúde, invocado para o libertar, era falso.

Nesse contexto, as influentes legisladoras pró-Fujimori Martha Moyano e Patricia Juárez negaram a existência de um acordo entre o FP e o governo e afirmaram que o que Fujimori disse não expressa a posição do seu partido.

Moyano disse que ninguém pode negar que o ex-presidente é o líder histórico do fujimorismo, mas “a Fuerza Popular toma suas próprias decisões e as decisões são colegiadas”, afirmou.

O Sr. Fujimori, quem quer que seja, pensa que o governo da Sra. Boluarte deve continuar até 2026, está de facto correto porque é isso que diz a Constituição”, disse Juárez.

lam/mrs/glmv

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