Pacientes do Instituto Nacional do Câncer (Incan), afetados pela escassez de medicamentos e quimioterápicos para a doença, por causa de avarias nos equipamentos e demora em consertá-los, questionaram a exibição na quinta-feira de seis aviões brasileiros Super Tucano A29 que o governo espera adquirir, acrescentou o jornal.
Estamos sofrendo com a falta de medicamentos e infraestrutura, enquanto o governo diz que vai investir milhões de dólares em aviões de guerra, treinamento e apoio logístico”, disse Juana Moreno, da Associação de Pacientes com Câncer.
Basta abrir as redes sociais”, acrescentou a ativista, “para ver os apelos dos pacientes diante da ausência de cuidados intensivos e de profissionais que possam oferecer assistência médica de qualidade à população. De que adianta um Estado ter aviões e mais da metade da população estar doente?
Os pacientes também estão exigindo que o governo reforme os prédios do Incan, “porque as paredes continuam úmidas, os telhados têm goteiras, os serviços sanitários não funcionam e, em geral, o centro não consegue atender às necessidades crescentes”, disse Moreno.
“O hospital para pacientes oncológicos, localizado na cidade de Areguá, no Departamento Central – que faz fronteira com esta capital – precisa não apenas de medicamentos, mas também de outros suprimentos. Nós, pacientes, compramos tudo lá, não conhecemos o que o Estado está nos oferecendo”, disse Moreno.
Nesta quinta-feira, por exemplo, o ativista foi citado pelo ABC Color como tendo dito que o mau estado das máquinas de diálise causou a suspensão dos tratamentos de quimioterapia programados, enquanto os pacientes que vieram do interior do país para o procedimento tiveram que esperar no abrigo.
Segundo o porta-voz da Associação de Pacientes com Câncer, “a suspensão da quimioterapia significa um dia a menos de vida. Não se pode dizer às células cancerosas que esperem até que a máquina seja consertada. A doença deve ser tratada hoje, não pode esperar até amanhã”.
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