Após a detenção por horas de ambulâncias e pessoal para a evacuação de pacientes da instalação médica Al Amal afetada no fim de semana, as equipes humanitárias recordaram que este não é um incidente isolado.
Os comboios de ajuda humanitária têm sido atacados e o acesso às pessoas necessitadas é sistematicamente recusado, uma situação exacerbada em particular no norte do enclave sob cerco desde outubro passado.
O porta-voz do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária (OCHA), Jens Laerke, confirmou que vários dos pacientes evacuados precisavam de algum tipo de intervenção cirúrgica que, obviamente, não pôde ser realizada no hospital Al Amal.
A missão de evacuação notificou as autoridades israelenses antes da operação, e as autoridades israelenses reconheceram a notificação como parte dos protocolos padrão de desconflito, disse a OCHA.
No entanto, as forças de ocupação não emitiram nenhuma informação ou comunicação sobre o motivo pelo qual as ambulâncias foram detidas por pelo menos sete horas ou por que os paramédicos foram levados e forçados a se despir, disse o porta-voz.
Segundo Laerke, dois dos membros do comboio ainda não foram libertados.
Apesar dos contratempos, a missão de ajuda, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, conseguiu evacuar 24 pacientes, incluindo uma mulher grávida, uma mãe e um bebê recém-nascido.
Desde 7 de outubro, cerca de 30.000 habitantes de Gaza foram mortos, a maioria mulheres e crianças, após a ofensiva israelense lançada em resposta aos ataques do grupo Hamas no sul do país.
A Organização Mundial da Saúde estima que apenas 12 de seus 36 hospitais estão “funcionando parcialmente” na Faixa: seis no sul e seis no norte, enquanto 23 instalações não estão funcionando.
Mais 15 equipes médicas de emergência estão operando na parte sul do enclave, com quatro hospitais de campanha que oferecem uma capacidade combinada de 305 leitos, uma resposta alternativa às necessidades crescentes dos civis e à falta de acesso israelense.
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