“Pedimos a vocês, meus amigos jornalistas, que nos ajudem a mostrar ao público brasileiro a verdadeira, dramática e triste situação na Palestina”, disse ele aos repórteres na missão diplomática em Brasília.
Alzeben disse que isso seria “um ato de solidariedade e corajoso de profissionalismo”.
Alzeben convocou a imprensa para uma discussão sobre o conflito no Oriente Médio e em apoio à Palestina.
O encontro foi assistido por embaixadores credenciados do Iraque, Líbia, Marrocos, Líbano, Síria e da Liga dos Estados Árabes, que representa os 22 países da região.
Após a coletiva de imprensa, o embaixador palestino disse à Agência Brasil e à Rádio Nacional que a “grande mídia” brasileira ainda não mostra exatamente o que está acontecendo em Gaza.
Ele disse que “cada palavra a mais sobre a verdade do que está acontecendo em Gaza é uma bala a menos”.
Ele alertou que Gaza está ameaçada de extinção e que o “espectro da morte” paira sobre o pequeno pedaço de terra.
Para o diplomata, todas as ações cometidas por Israel demonstram que se trata de um genocídio que, até o momento, já matou mais de 30 mil palestinos, mais da metade dos quais são mulheres e crianças.
“Todos os elementos dos atos no terreno mostram a existência de genocídio, atos premeditados e em série”, ressaltou Alzeben, que também elogiou a posição do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em denunciar as agressões de Tel Aviv em Gaza.
No último domingo, uma manifestação organizada pela Federação Árabe Palestina do Brasil em frente à TV Globo, no Rio de Janeiro, acusou a emissora de não ouvir os palestinos em suas reportagens.
As reclamações da comunidade palestina no Brasil sobre a cobertura do conflito pela mídia nacional são frequentes.
Alzeben também chamou a atenção para os crimes contra jornalistas em Gaza. Desde 7 de outubro, 96 jornalistas foram registrados como mortos, de acordo com a Federação Internacional de Jornalistas.
Dados do Sindicato de Jornalistas Palestinos, por sua vez, revelam que o número de profissionais da mídia mortos chegou a 126 nos quase cinco meses de guerra.
Mais jornalistas foram mortos nesse período do que “nos sete anos da Segunda Guerra Mundial”. Naquele conflito passado, foram 67″, enfatizou o embaixador.
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