Mais de 23 mil pessoas no Haiti sofrem de cancro, e os homens têm um risco maior de desenvolver a doença antes dos 75 anos, segundo um relatório da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro.
Os homens têm 13,9% de chance de sofrer da doença antes da idade mencionada, enquanto as mulheres têm 11,8% de chance, de acordo com um relatório da instituição da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os cancros mais comuns nos homens são os de próstata, estômago e fígado e, nas mulheres, os de mama, colo do útero e colorretal.
Esse problema de saúde que assola o mundo inteiro pode aumentar as estatísticas de casos no Haiti, depois que um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revelou que as exportações de arroz dos USA para o mercado haitiano contêm substâncias cancerígenas.
De acordo com os pesquisadores, a presença dessas substâncias é duas vezes maior no arroz importado do que nos produtos cultivados no Haiti.
O Haiti – o país mais pobre do hemisfério ocidental – está entre os maiores compradores de arroz dos Estados Unidos.
Quase todas as amostras importadas excederam a recomendação da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA.
O estudo revelou que o Haiti importa quase 90% de seu arroz, quase exclusivamente dos Estados Unidos, devido a tarifas mais baixas e contratos de longo prazo.
Os haitianos – que consomem arroz em sua dieta diária – lembram que o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, ajudou a promover subsídios ao arroz no país, uma ação que ele mesmo reconheceu ter sido um erro, pois a nação das Índias Ocidentais perdeu sua capacidade de produção local.
As concentrações de arsênico e cádmio, advertem os pesquisadores em seu estudo, podem se infiltrar e contaminar os alimentos e a água, já que o arroz é particularmente propenso a absorver esses metais.
ro/joe