Na Torre de Tribunales da capital, sede da Suprema Corte de Justiça, o advogado Julio Roberto Saavedra explicou à imprensa que a ação se deve à recusa da Procuradora Geral em atender à convocação do Presidente Bernardo Arévalo para participar da Reunião de Gabinete.

Os magistrados do tribunal superior terão de avaliar esse recurso contra Porras e “nomear um promotor especial para investigar as implicações” dessa situação de recusa em aceitar os convites, comentou o novo líder da PGN.

Em 29 de janeiro, o chefe de Estado anunciou que as medidas legais seriam analisadas após a visita “frustrada” do chefe do órgão de investigação a uma reunião do poder executivo.

Porras então respondeu à nomeação de Arévalo, permanecendo entre 10 e 15 minutos, e depois argumentou que os regulamentos em vigor no país o impediam de participar desse tipo de reunião.

Em contrapartida, o presidente da Guatemala afirmou que a legislação estabelece que ele pode convidar o procurador-geral para participar de qualquer reunião de gabinete ou ministerial do Estado.

No dia anterior, autoridades indígenas maias acusaram Arevalo de “desistir” da exigência da renúncia de Porras e descreveram suas últimas palavras como lamentáveis.

O ex-prefeito indígena de Sololá, Misrahin Xoquic, que liderou o movimento dos povos ancestrais por mais de 100 dias consecutivos em frente ao MP exigindo a renúncia do procurador-geral, expressou seu desânimo.

Nosso povo investiu esforços consideráveis para levar Arevalo ao poder, esperando mudanças significativas no sistema judiciário, enfatizou.

No entanto, acrescentou Xoquic, suas palavras sugerem um recuo em relação a essa promessa, o que é motivo de preocupação para as comunidades que apostam em mudanças reais.

Porras disse na terça-feira que está disposta a se reunir com o presidente, que enviou o ministro do Interior, Francisco Jiménez, como seu representante para duas reuniões com ela.

Luis Pacheco, ex-presidente dos 48 cantões do departamento de Totonicapán, sugeriu que o novo governo deveria reconsiderar sua equipe de assessores.

Arévalo, depois de vencer as eleições de 2023, denunciou as investigações do MP contra seu partido Movimiento Semilla como a ponta de lança de um golpe de Estado em andamento, impulsionado pelo pacto corrupto da Guatemala.

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