O anúncio foi feito na véspera pelo Presidente na abertura da 142ª sessão ordinária do Congresso, em que atacou opositores, empresários, sindicalistas, grupos políticos e sociais.
Numa declaração conjunta, a Fatpren, o Sindicato da Imprensa de Buenos Aires e a Comissão Sindical Somos Télam criticaram a medida do Chefe de Estado e acusaram-no de atuar contra o direito à comunicação.
Além disso, assinalaram que, durante o seu discurso, utilizou o canal nacional de televisão para transmitir apenas “imagens de funcionários, legisladores e do público pró-governo, demonstrando o monopólio de vozes que pretende para o país”.
Reafirmamos o nosso compromisso de defender a agência, todos os meios de comunicação social públicos e todas as empresas públicas. Protegeremos tanto seu papel social na democracia quanto seus trabalhadores, diz o texto.
A Télam demonstra a sua qualidade e o seu profissionalismo através do serviço que presta quotidianamente. O seu encerramento seria não só ilegal mas também ilegítimo. Seria um atentado ao pluralismo e ao federalismo, acrescenta.
Além disso, o documento alerta para as intenções do Presidente de subjugar os sindicatos, os direitos laborais, os direitos de comunicação, o direito à greve e ao protesto.
Manteremos as nossas posições e acções, como temos feito desde a tomada de posse do governo de La Libertad Avanza e perante todas as medidas que tomou nos últimos 82 dias, acrescenta.
Com participação, organização, unidade e luta, defenderemos o trabalho, os direitos laborais e sindicais, os meios de comunicação social públicos, a soberania e a democracia, afirma o documento.
Criada em 14 de abril de 1945, a Télam tem mais de 700 funcionários e é a única agência nacional com uma rede de correspondentes em todas as províncias da Argentina.
De acordo com seu site oficial, no passado, enfrentou tentativas de liquidação, fechamento, demissões ou cortes durante os mandatos de Carlos Menem, Fernando de la Rúa e Mauricio Macri.
Emite mais de 500 cabos por dia com informações de todo o país, pelo menos 200 fotografias e tem departamentos de vídeo, rádio, portal de notícias e redes sociais, afirma.
Tem quase 79 anos de experiência e foi fundada como uma empresa mista, “com o objetivo de quebrar o duopólio existente em matéria de notícias das agências norte-americanas que monopolizavam o mercado: United Press International e Associated Press”.
Por seu lado, a secretária-geral da Fatpren, Carla Gauensi, declarou que “a Télam não vai fechar.
Defendê-la-emos, não só os seus trabalhadores, mas todo o povo argentino, como todas as empresas públicas, o património público e a soberania do nosso país, afirmou.
rgh/gas/glmv