“Os caras do Barclay’s ficaram simplesmente irritados com meu discurso na CPAC (Conservative Political Action Conference 2024), eles até mencionaram isso em sua “pesquisa”, disse o presidente.
Trata-se de ativismo político disfarçado de análise de mercado, e “provaremos que eles estão errados”, comentou o presidente na rede social X.
A instituição bancária europeia disse em um relatório na terça-feira que, nas atuais condições fiscais de El Salvador, não será possível chegar a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no curto prazo, por isso recomenda a venda de títulos com vencimento em 2029.
Na conferência em Washington, Bukele disse que o governo dos EUA se financia com o dinheiro que imprime. Papel apoiado por papel, acrescentou.
“É uma bolha que vai estourar mais cedo ou mais tarde, advertiu ele. O caso é muito pior do que parece. Se a maioria dos americanos e o resto do mundo tomassem conhecimento dessa farsa, toda a confiança em sua moeda seria perdida. O dólar cairia e, com ele, a civilização ocidental, observou Bukele.
Em sua análise de mercado, intitulada “El Salvador: desempenho fiscal fraco e perspectiva fraca do FMI”, o Barclay’s reavalia as chances de o governo de Bukele chegar a um programa de assistência financeira com o FMI, pelo menos “não nos níveis de preços atuais”.
O banco considerou que o governo salvadorenho não chegará a um acordo fiscal de curto prazo com o FMI, dadas as condições fiscais atuais, recomendado que o governo venda títulos com vencimento em 2029.
Sem um acordo com a instituição financeira internacional, o Barclays recomendou que o governo vendesse os títulos de 2029, no valor de US$ 601,1 milhões, com um cupom de 8,62%.
Em outubro de 2023, o presidente comprometeu-se a consolidar um acordo com o FMI após as eleições de 2024 e garantiu que, até aquele momento, havia “negociações produtivas”.
O Barclays explica que os resultados fiscais corriam bem em novembro de 2023, mas em dezembro houve um deslize devido ao calendário eleitoral. O banco lembrou que o mercado de capitais ainda não está aberto para o retorno de El Salvador, que não coloca dívida desde julho de 2020.
O banco de investimentos do Reino Unido destacou que o governo salvadorenho se financia por meio de fundos de pensão após a reforma do sistema previdenciário em vigor em 2023.
Especialistas dizem que esse cenário, previsto por uma instituição financeira de renome como o Barclays, será um obstáculo difícil para os planos de Bukele de impulsionar a economia salvadorenha em seu segundo mandato, mas o presidente o considera “ativismo político”.
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