Uma declaração do secretário-geral António Guterres qualificou a situação em Haiti de extremamente frágil e reiterou a necessidade de ações urgentes, incluindo o financiamento da Missão Multinacional de Apoio à Segurança, aprovada em outubro.

O porta-voz do chefe da ONU, Stéphane Dujarric, insistiu em seus apelos para que o governo haitiano e todas as partes interessadas deixem de lado suas diferenças e avancem em “um caminho comum para a restauração das instituições democráticas”.

Seus comentários, antes de uma reunião fechada do Conselho de Segurança sobre a situação no país, também alertaram sobre a necessidade de acesso às populações encurraladas pela violência.

As famílias deslocadas estão traumatizadas, acrescentou o porta-voz, confirmando que a maioria dos 15.000 haitianos forçados a fugir de suas casas durante a última onda são mulheres e crianças.

“O acesso a alimentos, cuidados médicos, água e instalações de higiene e apoio psicológico são algumas das necessidades mais urgentes dos civis em Porto Príncipe”, acrescentou. Enquanto isso, o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, permanece em Porto Príncipe, sem poder retornar ao país depois de grandes ameaças de gangues organizadas.

Dujarric não descartou a possibilidade de fazer parte dos esforços para apoiar o retorno de Henry a Porto Príncipe.

“Estamos acompanhando de perto o seu paradeiro”, disse ele.

Enquanto isso, as organizações humanitárias da ONU alertaram sobre o impacto da violência nos hospitais, centros de saúde e escolas em Porto Príncipe e em algumas outras áreas vizinhas do Haiti.

Segundo relatos, a infraestrutura de saúde está à beira do colapso, enquanto o principal hospital público da capital foi fechado devido à violência e à incapacidade da equipe de chegar ao centro.

Outras instalações importantes que recebem civis feridos estão sobrecarregadas, em parte devido ao número de pessoas afetadas.

“A violência contínua torna extremamente difícil para nós realizarmos nosso trabalho humanitário e, é claro, nos concentra no que temos que fazer politicamente”, enfatizou Dujarric.

rgh/ebr