Com a decisão anunciada no Hemiciclo pelo secretário nacional dos comunistas, Fabien Roussel, pelo menos 180 dos 577 deputados da câmara baixa não apoiarão o pacto assinado em 16 de fevereiro pelos presidentes Emmanuel Macron e Vladimir Zelensky, já que La France Insoumise disse que o rejeitaria e Rassemblement Nationale (RN) disse que se absteria.
Roussel denunciou as declarações belicistas de Macron, que afirmou não ter limites diante da Rússia, chegando ao ponto de evocar pela primeira vez há duas semanas a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia, além de prometer bombas e mísseis de médio e longo alcance para Kiev.
Segundo o deputado e líder comunista, o apoio à Ucrânia deve ser fornecido de uma forma que não envolva entrar em guerra com a Rússia.
A Assembleia Nacional realizou na terça-feira um debate sobre o acordo Macron-Zelensky, seguido de uma votação não vinculante, uma vez que o pacto já é um fato, assim como a escalada das tensões entre Paris e Moscou, que também descartou a possibilidade de ter limites na disputa bilateral.
O Insumisos e o RN – identificados com a extrema direita – já haviam sinalizado anteriormente que não apoiariam o acordo pelos mesmos motivos, embora sejam dois partidos com visões opostas, o risco de guerra e a rejeição da adesão da Ucrânia à UE e à OTAN.
Outras forças de esquerda na Assembleia, como os ecologistas e os socialistas, disseram que apoiariam o pacto, embora tenham se distanciado de qualquer envolvimento direto da França no conflito que eclodiu em 24 de fevereiro de 2022.
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