Segundo o presidente da Corte, Gerson Chaverra, após esgotar a sessão ordinária do Plenário, nenhum dos três candidatos da lista apresentada pelo presidente Gustavo Petro obteve a maioria qualificada para ser declarado o novo procurador-geral da nação.
Acrescentou que durante as deliberações, que incluíram quatro rondas de votação, foram obtidas algumas maiorias significativas que indicam que estão perto de alcançar o consenso e a maioria necessária.
Nesse sentido, hoje, terça-feira, a Câmara vai focar-se ‘exclusivamente’ na eleição de quem vai liderar o Ministério Público.
O Petro apresentou a lista restrita em 2023, que foi aprovada pelo tribunal que até agora não conseguiu eleger o substituto de Francisco Barbosa.
Portanto, a vice-procuradora-geral Martha Mancera, envolvida em graves acusações por supostamente ter protegido traficantes de drogas e outros criminosos, assumiu o cargo interinamente.
O Procurador-Geral da Nação será eleito por um período de quatro anos pelo Supremo Tribunal de Justiça, a partir de lista enviada pelo Presidente da República.
O escolhido será o sucessor do questionado ex-procurador Barbosa, que encerrou o mandato no dia 12 de fevereiro em meio a críticas contra ele por sua posição aberta contra o governo de Gustavo Petro, sua postura complacente no mandato de Iván Duque e seus resultados pouco louváveis.
Barbosa deixou o Ministério Público com 90% de impunidade nos casos de feminicídio. Em relação à violência sexual contra meninas e adolescentes, houve mais de 11 mil registros em 2023 e a maioria dos casos não é processada pela justiça, mesmo que o agressor seja conhecido, destacou Volcánicas Periodismo Feminista.
Para o senador Iván Cepeda, do Pacto Histórico, o equilíbrio de sua administração está obscurecido por um véu de escândalos, impunidade em matéria de investigação e suposta corrupção.
“A impunidade em relação ao assassinato de líderes e signatários da paz, o escândalo dos ‘narco-promotores’, as ações egoístas, a intervenção na política e o polêmico caso da ex-promotora Ana Catalina Noguera, entre outros eventos, marcam o encerramento de um período adverso para a justiça na Colômbia”, enfatizou.
A demora deste processo gerou mobilizações em todas as cidades do país porque é considerado uma manobra da direita para deixar um vácuo de poder no tribunal superior e desestabilizar o governo.
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