O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (Unrwa), Philippe Lazzarini, denunciou no seu relato no X que as tropas daquele país rejeitaram a entrada de um caminhão com artigos vitais.
O veículo foi rejeitado porque transportava tesouras usadas em kits médicos infantis, revelou.
As tesouras médicas são agora adicionadas a uma longa lista de artigos proibidos que as autoridades israelitas classificam como “de dupla utilização”, criticou o responsável.
Lazzarini explicou que “a lista inclui itens básicos e que salvam vidas: desde anestésicos, painéis solares, cilindros de oxigênio e ventiladores, até pílulas para purificação de água e medicamentos anticâncer”.
É preciso facilitar e acelerar o envio de bens humanitários e a entrega de bens básicos e críticos, disso depende a vida de dois milhões de pessoas, não há tempo a perder, sublinhou.
Esta semana a UNRWA também denunciou a crescente fome na Faixa de Gaza e acusou Israel de impedir a entrada de alimentos no território.
A fome está por toda parte em Gaza, a situação no norte é trágica, onde a ajuda por via terrestre é negada apesar dos repetidos apelos, afirmou a instituição em X.
Unwra está sob ataque após a acusação do governo de Benjamin Netanyahu contra 12 dos seus 13 mil funcionários por supostamente participarem na operação do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em 7 de outubro.
Tanto a agência como a ONU anunciaram uma investigação imediata, mas vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, a Alemanha, a França e o Reino Unido, suspenderam o seu financiamento, embora as alegações ainda não tenham sido provadas.
Dias atrás, Lazzarini alertou que desmantelar a organização seria uma medida míope devido às graves consequências.
“A implementação deste plano já está em curso com a destruição das nossas infra-estruturas em toda a Faixa de Gaza”, disse ele.
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