Citado no pró-governo Diario El Salvador, Valdivieso disse que é necessário abrir o debate sobre a reforma constitucional, porque a atual Constituição de 1983 já não responde aos tempos ou às necessidades atuais.
“Acredito que chegou a hora, estou ciente disso, de que as condições sociais, econômicas e políticas da constituição de 1983 se esgotaram, e é necessário colocar sobre a mesa, em uma discussão ampla, quais questões devem ser discutidas e, acima de tudo, colocá-las sobre a mesa, o que vai governar. [A Constituição da República é a base fundamental”, disse Valdivieso.
Ele disse que questões como a forma de governo e o papel dos partidos políticos devem ser abordadas na discussão. “Enquanto esse livro estiver em vigor (a Constituição da República), não há como tirar a hegemonia dos partidos políticos, e é por isso que acredito que a reforma terá como objetivo justamente analisar se nosso sistema político ainda é válido.
De acordo com a publicação, a constituição atual estabelece que os partidos políticos são a única maneira de obter acesso ao poder; em outras palavras, um cidadão deve estar afiliado a uma instituição política para concorrer a um cargo eletivo, exceto para os deputados da Assembleia, pois foi criada a figura do candidato independente.
Entretanto, o jornal destacou que os partidos atualmente não têm credibilidade junto à população, de acordo com as pesquisas de opinião realizadas por institutos de pesquisa nacionais e internacionais antes das últimas eleições.
O desgaste político que a população tem em relação a todos os partidos políticos é grande, é preciso chamar à reflexão, se os partidos políticos não são o caminho para se ter acesso ao poder, é preciso buscar uma alternativa, um instrumento, um veículo que permita esse exercício, destacou o advogado.
O jornal observou que, em eleições anteriores, partidos tradicionais como a ARENA e a FMLN foram relegados pela população, mas omitiu qualquer comentário sobre as modificações nas regras feitas em um ano eleitoral pelo governo, algo repetidamente denunciado por partidos e organizações civis.
Acredito que toda a espinha dorsal do Estado e sua forma de governo devem ser analisadas. Muitos dizem que não haverá reforma constitucional, mas eu acredito que haverá, pelo menos, um projeto de lei”, acrescentou Valdivieso.
A pedido do Presidente Nayib Bukele, o Vice-Presidente Félix Ulloa liderou a Equipe Ad Hoc que, de setembro de 2020 a setembro de 2021, trabalhou em um projeto de reforma constitucional com organizações, instituições, grupos de reflexão, igrejas e vários movimentos.
No entanto, o presidente da Assembleia Legislativa, Ernesto Castro, garantiu recentemente que a reforma constitucional não está na agenda.
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