Cifras divulgadas nesta sexta-feira pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) estimam que mais de dois terços das famílias viram suas rendas caírem e em sete de cada 10 departamentos o preço dos insumos aumentou.
A fome e a desnutrição com risco de morte estão em níveis recordes em todo o país, especialmente na capital, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Os bairros mais pobres, inseguros e congestionados de Porto Príncipe registram os números mais preocupantes.
“Cada vez mais pais não são mais capazes de fornecer cuidados e nutrição adequados para seus filhos”, disse o porta-voz do secretário-geral, Stephane Dujarric.
Nas circunstâncias atuais, eles também não conseguem levar seus filhos aos postos de saúde por causa da violência ao seu redor, acrescentou.
De acordo com o Unicef, quase uma em cada quatro crianças no Haiti sofre de desnutrição crônica, também conhecida como raquitismo.
A agência, que esta semana anunciou a saída de seus funcionários não essenciais do país, planeja lançar uma ponte aérea entre a República Dominicana e o país vizinho em um futuro próximo, embora ainda não haja data definida.
A ONU afirma que a última escalada de violência deixou pelo menos 15.000 pessoas desabrigadas em Porto Príncipe, muitas delas forçadas a se deslocar mais de uma vez.
“As pessoas estão exaustas e angustiadas”, disse Dujarric, citando seus colegas humanitários no Haiti.
A ação e as ameaças do crime organizado que cercaram a capital forçaram o primeiro-ministro Ariel Henry a renunciar nesta semana.
De acordo com a mídia local, estima-se que as gangues criminosas dominem 80% da capital haitiana.
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