“Não houve golpe, não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram, não aceitaram a ideia do presidente (Bolsonaro), mas também porque o presidente é um covarde, “, disse Lula na abertura da primeira reunião ministerial de 2024, no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo em Brasília.
Ele indicou que o político de extrema direita “não teve coragem de executar o que havia planejado. Ficou aqui no palácio (Planalto) chorando quase um mês”.
Preferiu, acrescentou, “fugir para os Estados Unidos do que fazer o que foi prometido, com a expectativa de que fora do país o golpe pudesse ocorrer”.
O fundador do Partido dos Trabalhadores também denunciou que os bolsonaristas (apoiadores dos ex-militares) financiaram pessoas nas portas do quartel para tentar estimular a sequência da trama.
Como não funcionou, disse ele, “agora dizem que estamos prejudicando a democracia, que eram inocentes e apenas discutiram, mas não havia nada de concreto”.
Segundo o ex-sindicalista, que tinha dúvidas, agora pode ter certeza de que quase voltou aos tempos sombrios, em que as pessoas pensavam que, com apenas um golpe, com a participação de alguns militares, poderiam ganhar o poder no país “As pessoas eram mais sábias e corajosas”, disse ele.
Para Lula, o Executivo anterior (2019-2023) nunca se preocupou “em governar este país, nunca se preocupou com a economia, com políticas de inclusão social. Preocupou-se em estimular o ódio entre as pessoas, mente e continua da mesma forma”.
Ele argumentou que atualmente há mais clareza sobre o significado de 8 de janeiro de 2023 (data do golpe), porque o que aconteceu em dezembro é conhecido por depoimentos de membros da gestão anterior ou de comandantes das Forças Armadas, convidados por Bolsonaro para perpetrar o ataque golpista.
“Então, se há três meses, quando se falava em golpe, parecia apenas uma insinuação, hoje temos certeza de que este país corria sério risco de dar um golpe dependendo das eleições de 2022”, frisou Lula.
Sob gritos de intervenção militar e rejeição à tomada de poder por Lula, seguidores radicais de Bolsonaro invadiram e saquearam as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal e do Planalto na capital em 8 de janeiro de 2023.
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