O assessor desse meio e especialista latino-americano, Wafica Ibrahim, disse à Prensa Latina que se tem procurado dar um passo qualitativo e acompanhar o desenvolvimento das tecnologias, porque o inimigo está vencendo na falsificação de nossas realidades.
Explicou que os óculos de realidade virtual mostram imagens comoventes tiradas pelos seus próprios correspondentes, que muitas vezes tiveram que deixar de lado o seu trabalho jornalístico para ajudar os feridos ou transportar os corpos.
Com uma visão de 360 graus, o usuário dos óculos poderá caminhar entre os escombros e a destruição das ruas de Gaza. Inclui também materiais audiovisuais, fotografias e números numéricos de quanto custou a agressão sionista em questões humanas e infraestrutura económica.
“É uma demonstração de ajuda ao povo palestino e para lembrar ao mundo que ainda temos uma causa pendente”, sublinhou o activista libanês.
Insistiu também na urgência de que os meios de comunicação alternativos entrem, com propostas atrativas e modernas, no ecossistema midiático global.
O choque é o sentimento que prevalece entre aqueles que se aproximam, colocam os óculos e entram no cenário de destruição, horror e desolação que é hoje Gaza.
Muitos ficam sem palavras diante de tanta dor, mas também é evidente a indignação pela forma como o mundo “civilizado” permaneceu imóvel diante dos crimes israelenses.
Em declarações à Prensa Latina, a diretora do telecentro Perlavisión (província de Cienfuegos), Danay Águila, descreveu que é praticamente como se ela estivesse ali e as pessoas simpatizam ainda mais com a situação destas crianças.
Não é o mesmo que observá-las e ouvi-las de todos os ângulos, e também possui vídeos históricos que mostram a gênese desta guerra de extermínio, descreveu.
Confessou que ao tirar os óculos queria sair correndo e ajudar os palestinos, e poder acolher pelo menos uma daquelas crianças, porque uma faria a diferença.
Por sua vez, o diretor da Tele cristal, Diuvechen Vila, argumentou que esta ideia de contar sobre a guerra é muito original, mas ao mesmo tempo cria emoções confusas ao ver uma realidade tão crua que nem sequer podemos imaginar.
O jornalista garantiu que embora sempre tenha defendido a causa palestina, quando se sente o sofrimento de uma família, das suas crianças, mulheres e idosos, percebe-se que ainda se fez muito pouco por aquele povo.
A iniciativa de Al Mayadeen demonstra o quanto a tecnologia pode ajudar a aumentar a conscientização sobre este crime e quem passou pelo seu estande certamente terá muito mais empatia pela realidade palestina.
mem/mpp/cm