O portal G1 garante que, segundo pessoas próximas à investigação, Lessa não quis colaborar, mas mudou de ideia depois que o ex-policial Élcio de Queiroz o entregou como executor dos homicídios, o criminoso que puxou o gatilho.
A partir daí ele concordou em colaborar com a investigação federal.
Treze tiros de uma submetralhadora HK MP5 de alta precisão, utilizada apenas pelas forças policiais de elite, atingiram o veículo em que viajavam Franco e Gomes, na noite de 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.
O caso teve repercussão internacional e transformou a socióloga e feminista em símbolo da luta por maior participação das mulheres negras nos espaços de poder no gigante sul-americano.
Neste momento, as investigações sobre o brutal homicídio permanecem abertas e apenas dois supostos autores (Lessa e De Queiroz) estão detidos, preso que não esclarece completamente o sangrento incidente.
No primeiro depoimento, foram duas horas de revelações registradas em áudio e vídeo. Lessa contou o que mais se queria dele: quem o contratou para executar o assassinato de Franco.
Além de fornecer os mandantes e as circunstâncias da morte da vereadora, o ex-agente deu detalhes de reuniões que manteve com quem o contratou, antes e depois dos homicídios.
Ele forneceu uma série de indícios, circunstâncias e provas não só de sua participação na execução do duplo homicídio, mas sobretudo sobre quem estava por trás do pedido das mortes. Ele também falou sobre por que queriam matar Franco.
Os mandantes, segundo Lessa, formam um grupo político poderoso no Rio com interesses diversos em diversos setores do Estado.
Ele deu detalhes de reuniões com eles e indicações sobre suas motivações.
“Essa colaboração, meio de obtenção de provas, traz elementos muito importantes que nos levam a acreditar que em breve teremos uma solução para o assassinato de Marielle Franco. O processo permanece em sigilo da Justiça”, disse o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ontem, que reiterou que o caso será esclarecido em breve.
Ele especificou que essa possibilidade surgiu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, aprovar a delação premiada de Lessa.
mem/ocs/cm