Os estudantes rejeitaram, bloqueando o acesso à reitoria e exibindo cartazes de repúdio, a aprovação na quarta-feira pela Câmara dos Deputados dessa iniciativa do governo que favorece muitos estudantes, mas sem garantias de seu financiamento permanente.
O grupo de universitários que defende esse argumento, acrescenta o Última Hora, alega que “há um déficit fiscal significativo no Orçamento Geral da União e no Tesouro Nacional, de modo que os gestores do projeto Fome Zero não têm fundos para pagá-lo”.
A lei do HC “é uma fraude”, disseram outros, “porque o governo fala em nome da fome das crianças, mas o objetivo é abusar e usar esses fundos para outros fins”.
Estudantes universitários descontentes lembraram que a nova iniciativa elimina o Fundo Nacional de Investimento Público e Desenvolvimento (Fonacide), cujos recursos incluíam financiamento para pesquisa, saúde mental e infraestrutura.
Os deputados de maioria Cartista (partidários do ex-presidente Horacio Cartes) que promoveram a iniciativa apoiaram a modificação do financiamento do projeto, também conhecido como “Arancel Cero” (Tarifa Zero), para que dependesse da chamada “Fuente 10”, baseada em impostos destinados ao Tesouro Nacional.
Em 30 de janeiro, as autoridades anunciaram que manteriam a pesquisa científica, educacional e técnica, mesmo que o legislativo aprovasse a lei acima mencionada, proposta pelo executivo para alocar fundos substanciais para melhorar a nutrição escolar.
O projeto Fome Zero não implica a suspensão dos estudos do Fundo de Excelência em Educação e Pesquisa, que por sua vez financia o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, disse o ministro da Educação e Ciência, Luis Ramírez, à Radio Monumental 1080.
Esses projetos continuarão até que sejam concluídos, acrescentou Ramírez em resposta às preocupações de alguns setores sobre a eliminação do Fonacide e sua substituição pelo Programa de Alimentação Escolar para financiar o almoço dos alunos, conforme proposto pelo presidente Santiago Peña.
Por sua vez, o jornal Última Hora considerou que o novo projeto paraguaio apresentado ao Congresso pelo Poder Executivo para melhorar a alimentação dos estudantes deixa sem solução problemas históricos de corrupção sobre esses recursos.
Em meio à incerteza, o jornal destacou que o Poder Executivo decidiu que os US$250 milhões por ano de compensação do Brasil pela hidrelétrica binacional de Itaipu pagariam a merenda escolar, embora os recursos para entidades como saúde e bolsas de estudo fossem interrompidos.
Os estudantes da UNA que protestam anunciaram que permanecerão “mobilizados e em assembleia permanente, aguardando a decisão da Câmara dos Senadores, onde também há uma maioria “Cartista”.
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