Durante uma reunião com o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, nesta capital, o chefe da ONU garantiu que a solução de dois Estados é a única forma de abordar as aspirações legítimas tanto de israelitas como de palestinos.
“Sei que é fácil ser cínico no mundo de hoje. Mas esse é um luxo que não podemos permitir. O cinismo é uma forma de nos rendermos aos pressupostos prevalecentes do momento”, observou ele ao questionar a posição das autoridades israelitas para manter os territórios palestinos ocupados.
O alto representante afirmou que aqueles que se colocam no caminho desta solução têm a obrigação de declarar claramente qual a alternativa que pretendem.
“Como seria o futuro com um número tão grande de palestinos lá dentro, sem qualquer sentido real de liberdade, direitos e dignidade?”, questionou Guterres, considerando aquela proposta inconcebível.
O Secretário-Geral alertou ainda para a crescente polarização e exacerbação dos extremistas em todo o mundo, uma vez que o conflito em Gaza continua a ser uma grande ameaça à paz e segurança globais.
Neste contexto, agradeceu à Jordânia pelo seu trabalho, que acolhe o maior número de refugiados palestinos no Oriente Médio – 2,4 milhões – e pelo seu apoio na redução das tensões, incluindo, em particular, o seu importante papel na Jerusalém Oriental.
Esta segunda-feira, o alto representante visitou o campo de Wihdat no âmbito da sua agenda pelos países da região no mês sagrado do Ramadão.
No fim de semana, Guterres chegou ao Egito e visitou a passagem de Rafah, onde grande parte da ajuda humanitária chega aos civis presos no conflito em Gaza.
O chefe da ONU insistiu na sua exigência de um cessar-fogo, reconhecendo que não haverá solução humanitária sustentável com uma guerra tão sangrenta como esta.
“A entrega eficaz da ajuda humanitária requer um cessar-fogo imediato. A necessidade é urgente”, afirmou.
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