Antibióticos são o pilar da medicina moderna e melhoraram drasticamente a vida das pessoas em todo o mundo no último século, mas o aumento global da resistência aos antibióticos está ameaçando cada vez mais sua eficácia.
Em um artigo publicado na revista científica PNAS, a revista oficial da Academia Nacional de Ciências dos EUA, os pesquisadores descrevem uma descoberta que consideram essencial para o desenvolvimento de novas terapias para tratar e prevenir uma variedade de infecções bacterianas.
A classe de compostos descrita tem como alvo uma proteína, a LpxH, que as bactérias Gram-negativas usam em um caminho para sintetizar sua camada mais externa de proteção ambiental, chamada lipopolissacarídeo.
Nem todas as bactérias produzem essa camada, mas as que produzem incluem organismos que foram identificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como os mais importantes para impulsionar novos tratamentos, incluindo Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae, que desenvolveram resistência aos antibióticos disponíveis.
Os pesquisadores demonstraram que essa nova classe de antibióticos é altamente ativa contra bactérias multirresistentes e foi capaz de tratar infecções da corrente sanguínea em um modelo de camundongo, demonstrando a promessa dessa descoberta.
Eles enfatizaram que, como essa classe de compostos é completamente nova e a proteína LpxH ainda não foi explorada como um alvo para antibióticos, não há resistência pré-existente a essa classe de compostos.
De acordo com os especialistas, embora os resultados atuais sejam muito promissores, será necessário um trabalho adicional considerável antes que os compostos dessa classe estejam prontos para testes clínicos.
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