No dia 21 de abril, os equatorianos votarão, entre outros assuntos, sobre a participação das Forças Armadas no apoio à Polícia contra o crime organizado, a extradição, a possibilidade de criação de tribunais em questões constitucionais, o reconhecimento de arbitragens internacionais e a implementação de contratos temporários e horários. O presidente que aborda a luta contra o crime organizado, também quer com a consulta reformar o código penal para aumentar as penas para crimes de terrorismo e seu financiamento, tráfico de drogas, crime organizado, homicídio ou tráfico de pessoas, entre outros.
Da mesma forma, perguntará sobre a eliminação dos benefícios prisionais para os condenados por crimes de financiamento do terrorismo, recrutamento de menores para fins criminosos, sequestro para resgate, tráfico de drogas, mineração ilegal, posse ilícita de armas, entre outros crimes.
Dado o aumento da violência no país, com 137 homicídios num fim de semana, o presidente insistiu que estes acontecimentos têm um pano de fundo: “Tentar enganar os cidadãos para que votem não no referendo”.
Durante um evento na cidade de Manta perante policiais e militares, Noboa afirmou que não estava disposto a agir “como os governantes do passado” que permitiram que a situação atingisse “um nível quase incontrolável”.
A campanha de consulta popular e referendo, que conta com 11 questões no total, começa oficialmente no dia 7 de abril e termina no dia 18 deste mês, de acordo com o calendário do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Organizações sociais e políticas consideram enganosa a nomeação às urnas convocada por Noboa, que custará 60 milhões de dólares.
A proposta do presidente tem sido descrita como errática e desnecessária, uma vez que abrange questões que podem ser discutidas na Assembleia Nacional (Parlamento) sem necessidade de realização do processo.
A Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade – Capítulo Equador considerou o procedimento injustificável.
De costas para a realidade do povo equatoriano, imerso numa crise sem precedentes devido às medidas antipopulares e repressivas que seu governo aplica, Noboa promove um plano que levanta questões desnecessárias, afirmou um comunicado ao qual a Prensa Latina teve acesso.
A Rede alertou que embora Noboa realize uma consulta para legitimar os negócios associados à segurança, não existe uma política abrangente ou uma gestão institucional eficiente para recuperar o lugar de segundo país mais seguro da região que o Equador já tinha.
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