Glas, condenado duas vezes por corrupção, está escondido na embaixada do México em Quito desde que pediu asilo político em dezembro, argumentando que está sendo perseguido pelo gabinete do procurador-geral.
As autoridades equatorianas pediram permissão ao México para entrar na embaixada e prender Glas, que foi condenado a seis anos de prisão em 2017, após ser considerado culpado de receber propina da construtora brasileira Odebrecht em troca da concessão de contratos governamentais.
O México solicitará que as autoridades equatorianas concedam a Glas passagem segura para fora do país, disse o ministério em um comunicado.
O governo do Equador não se referiu a Glas em sua declaração anunciando a decisão de expulsar o embaixador do México na quinta-feira, citando, em vez disso, comentários “infelizes” do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.
As autoridades equatorianas ficaram irritadas com os comentários de López Obrador sobre as sangrentas eleições do país sul-americano no ano passado, nas quais um candidato à Presidência foi assassinado.
Na quarta-feira, o presidente mexicano comparou o assassinato do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, no ano passado, à violência durante a atual temporada eleitoral no México, onde vários candidatos locais foram mortos a tiros.
López Obrador reiterou seus comentários nesta sexta-feira, repetindo a comparação e culpando os veículos de mídia que, segundo ele, são corruptos em toda a América Latina.
O líder mexicano ignorou a expulsão do embaixador e disse que não retaliaria com a mesma medida.
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