Em comunicado conjunto, a associação Abuelas de Plaza de Mayo, Hijos e o Centro de Estudos Jurídicos e Sociais afirmaram que a referida entidade foi criada pela resolução ministerial 308 de 2010, que também estabelece o acesso irrestrito aos escritórios onde estão localizados.
Estas equipes deram contribuições fundamentais para esclarecer e julgar crimes contra a humanidade. A decisão do Ministério da Defesa visa dificultar o processo de justiça e apuração da verdade, afirma o texto.
A remoção de grupos civis e profissionais é ainda mais preocupante dado que a liderança desta pasta do Estado está agora, em grande parte, a cargo de militares reformados e as mais altas autoridades políticas consideram que a investigação do papel das Forças durante a ditadura (1976 – 1983) é uma forma de assédio e estigmatização, acrescenta.
Além disso, indica que, ao fechar uma área que contribuiu para a reconstrução da verdade, o Governo questiona as organizações de direitos humanos e o trabalho da Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas, do Poder Judiciário e de outros esforços que sustentaram a democracia.
Onde estão as pessoas desaparecidas, o que fizeram com elas? Onde estão os 300 netos que ainda procuramos? A verdade que nos falta depende em grande parte do acesso a ficheiros e documentos. É urgente que sejam tomadas medidas de preservação para sustentar o trabalho sobre memória, verdade e justiça, afirma o comunicado.
Da mesma forma, destaca que essas ações acontecem em meio a uma onda de demissões massivas no Estado.
Milhares de trabalhadores, juntamente com as suas famílias, ficam sem rendimentos. Neste caso, a medida implica também a perda de recursos técnicos e de conhecimentos valiosos, salienta.
Continuaremos exigindo o acesso aos arquivos e a defesa de políticas públicas que garantam os processos de memória, verdade, justiça e direitos humanos, conclui.
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