Em uma coletiva de imprensa, o ministro da Segurança, Juan Manuel Pino, detalhou a Operação Fluxo Controlado de Migrantes e disse que até agora 115 mil pessoas cruzaram a selva de Darién, na fronteira com a Colômbia, a caminho dos Estados Unidos e do Canadá.
Esse número, segundo ele, representa 19.000 viajantes a mais do que no mesmo período em 2023.
Os esforços do Panamá para fornecer instalações e ajuda humanitária aos viajantes ilegais, muitos dos quais têm uma longa ficha criminal, também são dignos de nota, o que levou à ativação de várias operações para proteger os migrantes e as populações receptoras, disse ele.
Pino disse que os viajantes vêm principalmente da Venezuela, Equador, Haiti, Colômbia e China, e pediu uma responsabilidade compartilhada entre os países de origem, trânsito e destino.
Por sua vez, o diretor do Serviço Nacional de Fronteiras (SENAFRONT), Jorge Gobea, explicou que, como parte da Operação Escudo e Chocó II, foi possível identificar os vínculos entre o crime organizado e esse trânsito, em particular o cartel colombiano Clan del Golfo.
Emeldo Márquez, do Ministério Público, também destacou que, nas comunidades receptoras, como Bajo Chiquito e Canan Membrillo, foram criadas promotorias sub-regionais para atender e acompanhar as denúncias de diversas violações.
Por sua vez, a diretora do Serviço Nacional de Migração, Samira Gozaine, rejeitou os relatórios recentes de organizações como a Human Rights Watch (HRW) que distorcem a realidade dos migrantes na selva de Darién e a ajuda fornecida pelo Panamá.
Nos últimos cinco anos, mais de 900.000 pessoas passaram por essa perigosa rota terrestre e nunca antes ouvimos ou recebemos relatos sobre o atendimento precário que recebem, acrescentou.
Gozaine insistiu que não há uma única linha nesses comunicados sobre o tratamento de crianças abandonadas por suas famílias na selva, ou que dezenas de funcionários panamenhos ofereceram suas vidas para resgatar os caminhantes à deriva.
A HRW também não se refere aos mais de US$ 70 milhões gastos pelo Estado panamenho nessas operações com pessoas cujo objetivo não é permanecer no país centro-americano, mas continuar a perigosa jornada para o norte.
Nossos testes biométricos não violam absolutamente nenhum direito humano, como dizem”, enfatizou; “eles são necessários, como já foi explicado, porque detectamos migrantes que são narcotraficantes, estupradores, assassinos e que têm vínculos com gangues como Los Lobos, do Equador; Tren de Aragua, da Venezuela; Yakuza, associada aos chineses; bem como prisioneiros fugitivos do Haiti, entre outros.
Em resposta a perguntas da mídia, o funcionário previu que, até o final deste ano, o número de migrantes irregulares que passam pelo Darién chegará a 600 ou 700 mil pessoas, quase 200 mil a mais do que os 520 mil que passaram em 2023.
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