23 de December de 2024
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Equador analisará habeas corpus para o ex-vice-presidente Jorge Glas

Equador analisará habeas corpus para o ex-vice-presidente Jorge Glas

Quito, 11 abr (Prensa Latina) A audiência para analisar o pedido de habeas corpus do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas está prevista para hoje, depois de se saber que está em greve de fome e que foi torturado após sua detenção na embaixada do México.

O recurso foi apresentado na última segunda-feira pelo ex-presidente do movimento Revolução Cidadã (RC), Francisco Hidalgo, perante a Corte Nacional de Justiça, e tem como foco a ilegalidade da detenção, que, segundo ele, violou os direitos humanos do ex-vice-presidente e as normas internacionais.

A advogada Sonia Vera, que faz parte da equipe de defesa de Glas, disse a um meio de comunicação local que não estava esperançosa com o pedido porque no Equador “a função judicial foi submetida a um ‘golpe’ através da Procuradoria Geral”.

Na tarde de quarta-feira, Vera divulgou um vídeo no qual o ex-funcionário, da prisão de segurança máxima La Roca, afirma que durante a operação para capturá-lo na sexta-feira passada ele foi contido por quatro policiais.

Depois de ser espancado, de acordo com Glas, eles o sentaram para ler seus direitos, mas ele caiu.

“Eu estava tentando me levantar, mas não consegui por causa da surra que me deram”, disse o ex-vice-presidente na gravação disponível nas redes sociais, onde também agradeceu ao governo mexicano.

“O asilo não me deu liberdade, mas me deu a dignidade de ser uma pessoa perseguida politicamente”, disse ele.

Consideramos o presidente Daniel Noboa responsável por sua integridade física e emocional, disse o ex-presidente Rafael Correa, lembrando que o atual chefe do Executivo equatoriano incorreu no crime definido no artigo 125 do Código Penal por deter ilegalmente uma pessoa protegida.

Para o ex-vice-ministro das Relações Exteriores, Kintto Lucas, “há um sequestro e um processo de tortura sistemática contra Jorge Glas”, razão pela qual ele pediu a intervenção de organizações internacionais de direitos humanos.

A invasão da sede diplomática no México, que levou à prisão de Glas, foi repudiada pela comunidade internacional, mas o governo equatoriano insiste em justificar o ato.

O governo alega que Glas, que tinha um mandado de prisão por processos judiciais pendentes, mas já havia recebido asilo do México, era um risco de fuga.

Glas, considerado um dos símbolos do “lawfare” no Equador, recebeu temporariamente o benefício da pré-liberdade em 28 de novembro de 2022, após a unificação de duas sentenças de prisão de seis e oito anos pelos casos Odebrecht e suborno; no entanto, a medida foi revogada.

No início deste ano, o sistema de justiça ordenou a prisão do ex-funcionário por suposto desvio de dinheiro no caso chamado Reconstrução de Manabí, que investiga um suposto desvio de dinheiro em obras públicas após o terremoto de 2016.

jha/avr/mb

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