No diálogo para a mídia SBS News, replicado nesta segunda-feira na imprensa nacional, o presidente equatoriano assegurou que se sente do “lado certo da história”, apesar da condenação mundial por invadir uma sede diplomática e violar normas internacionais.
Quando perguntado sobre a Convenção de Viena, que há seis décadas rege a inviolabilidade das embaixadas, Noboa considerou que há “erros” não apenas nesse tratado, mas também no Tratado de Caracas sobre asilo político.
Um dos argumentos do governo equatoriano é que o México violou as estipulações desses regulamentos porque concedeu asilo a Jorge Glas, que foi condenado pela justiça, embora para muitos ele seja um perseguido político.
Quando perguntado sobre como resolverá a atual crise com o México, o chefe do executivo equatoriano disse que convidaria seu homólogo Andrés Manuel López Obrador para comer ceviche ou tacos e, assim, poder dialogar, embora isso aconteça “quando ele estiver pronto”.
Na sexta-feira passada, um tribunal da Corte Nacional de Justiça do Equador declarou a detenção de Glas “ilegal” e “arbitrária”, mas o manteve na prisão, pois ele tem condenações pendentes.
Nesta segunda-feira, após uma visita aos Estados Unidos, o presidente Noboa foi convidado a participar de um evento de bolsas de estudo na cidade costeira de Guayaquil e disse que “ele é um inimigo terrível de se ter”.
No evento, o presidente pediu um voto Sim na consulta popular de domingo, 21 de abril, sobre segurança e emprego, embora os movimentos sociais e políticos descrevam esse procedimento como desnecessário e enganoso, colocando em risco a soberania e buscando precarizar o trabalho.
Analistas como o advogado Mauro Andino advertiram que um dos principais objetivos de Noboa com o ataque à embaixada era desmobilizar os cidadãos e evitar o debate democrático sobre o referendo.
“É uma tática autoritária para aprovar suas emendas ineficazes e exploradoras. O que aconteceu no México é extremamente grave, mas não podemos nos descuidar do que está por vir”, disse o professor de direito.
jha/avr