Cerca de 150 professores de 21 universidades do país, da Europa e dos Estados Unidos assinaram um comunicado manifestando repúdio à declaração de conflito armado interno que torna possível a presença e as operações das Forças Armadas nas ruas.
O processo de militarização, que busca combater a violência criminosa rebatizada de “terrorista”, gera mais violência do que pretende combater, diz o manifesto.
Segundo os profissionais, resolver a insegurança não significa se armar, sucumbir à arbitrariedade e ao desrespeito aos direitos humanos, justificando a depredação da natureza, a exploração do trabalho e os cortes sociais. As soluções complexas de que precisamos são exigir outras políticas e outras abordagens que nos permitam reconstruir vínculos, inclusive por meio da educação, disseram eles.
O manifesto também questiona a invasão da polícia à embaixada mexicana.
Esse evento, segundo eles, mostra que o governo tomou a militarização e a força repressiva como a única saída, e isso se espalhou para territórios que resistem à mineração, em bairros e comunidades populares, e afeta principalmente pessoas pobres e racializadas.
Eles também criticaram a consulta popular proposta por Noboa, que será realizada em 21 de abril, um procedimento que ” visa radicalizar essa situação com perguntas que reforçam ainda mais a militarização da sociedade e tornam a vida dos trabalhadores mais precarizada”.
“Não à militarização, sim à educação” foi o slogan repetido pelo grupo de professores que se reuniu em Quito na segunda-feira.
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