O presidente temporário do grupo integracionista e líder da Guiana, Irfaan Ali, disse que seus colegas reafirmaram a importância de aderir aos princípios do direito internacional, às regras e à Convenção de Genebra sobre a inviolabilidade dos direitos das missões diplomáticas e postos consulares.
Ele enfatizou que a nação sul-americana violou todos esses princípios ao entrar violentamente na embaixada mexicana e retirar o ex-vice-presidente Jorge Glas, que tinha solicitado asilo político ao governo de Andrés Manuel López Obrador.
Ele esperava que ambos os Estados se sentassem à mesa de negociações e encontrassem uma saída para a crise, pois isso contribuiria para a premissa de preservar a região como uma zona de paz e cooperação.
“Essa deve ser uma prioridade para todos nós”, enfatizou Ali.
A intervenção da CARICOM encerrou a primeira parte de uma reunião extraordinária entre os chefes de Estado e de governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
O encontro foi aberto às 9h (horário local) em Tegucigalpa e também incluiu falas dos líderes de Honduras, México, Brasil, Guatemala, Colômbia, Cuba, Venezuela, Bolívia e São Vicente e Granadinas.
A líder rotativa da organização e dignitária hondurenha, Xiomara Castro, enfatizou no encerramento do primeiro momento que foi caracterizado pela clara condenação dos atos violentos praticados pelo Equador e houve um apelo unânime para que se respeite o salvo-conduto de Glas.
A CELAC analisou a situação primeiramente em um encontro da troika (Honduras, Colômbia e São Vicente e Granadinas) e, em seguida, em uma reunião extraordinária em nível de ministros das Relações Exteriores, que reiteraram suas condenações individuais à violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e das Regras de Asilo da Convenção de Caracas.
Além da condenação internacional do incidente, o México e a Nicarágua romperam relações com o Equador, uma ação foi movida contra Quito perante a Corte Internacional de Justiça e a Colômbia prometeu tomar medidas para que a Corte Interamericana de Direitos Humanos emita medidas cautelares em favor de Jorge Glas.
Outras organizações da região também pediram reuniões urgentes com esse assunto em pauta e as consequências para o Equador, que poderia sofrer sanções.
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