A ministra da Segurança da nação rioplatense, Patrícia Bulrich, afirmou em entrevista televisiva que existe estado de alerta na fronteira comum.
Como pretexto para justificar esta medida aqui considerada hostil, o representante da extrema direita argentina argumentou que existe uma ligação entre o Estado Plurinacional e o Irã a nível militar.
“Nossa fronteira com a Bolívia, que é uma fronteira importante, onde hoje temos o mais alto nível de alerta e segurança do país, porque houve um memorando assinado pela Bolívia e pelo Irã”, disse Bullrich em entrevista ao La Nación Más.
Relacionada com setores da direita argentina, a Nación Más relacionou este estado de alerta com o conflito iniciado por Israel em 1º de abril com a destruição do consulado iraniano na Síria e a resposta da República Islâmica no último sábado.
Segundo a publicação, o ministro argentino indicou que haveria até a presença das forças de elite iranianas, chamadas Quds, nesta área.
Bulrich acrescentou que também está sendo investigado se há pessoas, por exemplo, que não falam espanhol, e que receberam passaportes bolivianos, com base na suposta entrega do documento a cidadãos iranianos.
“Negamos e rejeitamos enfaticamente que a Bolívia proteja nas suas fronteiras pessoas que espalham terror, insegurança e ansiedade”.
“Estas acusações carecem de provas ou documentação e são feitas sem qualquer fundamento”, respondeu o governo boliviano numa declaração oficial de oito pontos.
O texto garante que as relações políticas são “mais fortes e sólidas do que as infelizes expressões de funcionários circunstanciais do Governo argentino”.
Adverte a este respeito que procura “gerar confrontos entre Estados, Governos e povos latino-americanos, causando atritos desnecessários”.
Recordemos o escrito que a Administração do Presidente Luis Arce defende em diferentes fóruns internacionais para que a América Latina e o Caribe se consolidem como uma zona de paz, em correspondência com a Constituição Política, que define a Bolívia como pacifista.
Segundo o comunicado, nas próximas horas o Ministério convocará a representação diplomática da Argentina para prestar esclarecimentos sobre “as infelizes e equivocadas declarações do ministro Bullrich”.
Ao mesmo tempo, o texto expressa respeito e apreço ao povo argentino e reitera que optará pelo diálogo.
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