Por isso, a Câmara da Construção apresentou um estudo elaborado pelo Observatório de Energias Renováveis da Universidade Católica do Uruguai (UCU), que analisa os principais fatores para possibilitar o desenvolvimento deste recurso energético limpo, numa espécie de “roteiro”.
“É preciso apostar muito nisso”, disse o presidente da Câmara, Alejandro Ruibal.
Nesse caminho estão sendo dados passos em projetos e acordos, em particular um estudo de viabilidade que pode significar o maior investimento (seis bilhões de dólares) para construir uma usina de combustível verde no departamento de Paysandú, a noroeste daqui.
Ruibal identificou fatores facilitadores sobre a questão: “infraestrutura, uso de recursos hídricos e regulamentação”. No mundo, o hidrogênio é algo que avança muito rapidamente. No passado, as fontes de energia eram o petróleo, o carvão e o gás natural, que não temos. Agora, com o hidrogênio verde, se isto avançar, poderemos ser independentes em termos energéticos, acrescentou.
O governo uruguaio assinou memorando de entendimento com a empresa HIF Global para a construção da planta de hidrogênio verde em Paysandú, com produção estimada de 180 mil toneladas de e-gasolina por ano e até três mil empregos.
Mas o deputado do Partido Colorado (PC), Ope Pasquet, questionou o fato de os termos do acordo serem desconhecidos. “Não conheço o memorando, ninguém sabe dele, exceto os membros do governo”, disse ele.
Entretanto, o Vice-Ministro da Indústria, Energia e Minas, Walter Verri, questionou o pedido da estatal Ancap para participar como investidora no projeto com a HIF Global.
“É muita imprudência falar em milhões de dólares em porcentagens de investimento para algo que ainda não está claro nem para a empresa participante no projeto nem para os investidores”, afirmou.
Verri lembrou que o memorando de entendimento “não é vinculativo e o governo não se comprometeu com nada”, mas rebateu que “quando chegar a hora do contrato pode haver compromissos e sou a favor de torná-lo transparente”.
Argumentou que nesta fase “há informação sensível sobre uma empresa que pretende investir”, razão pela qual considerou que revelá-la afetaria “a credibilidade do país em conseguir manter esse tipo de reservas”.
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