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Droga oral contra leishmaniose entra na Fase II do ensaio clínico

Droga oral contra leishmaniose entra na Fase II do ensaio clínico

Genebra, 23 abr (Prensa Latina) Um inovador medicamento oral para tratar a leishmaniose visceral, mais seguro, simples e amigável para o paciente, entrou em fase II de desenvolvimento clínico em um ensaio na Etiópia, informou nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a OMS, o desenvolvimento do novo medicamento é conduzido pela organização de pesquisa sem fins lucrativos Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas e seus parceiros.

De acordo com peritos, a nova molécula – denominada LXE408 – tem o potencial de revolucionar o tratamento dessa doença profundamente negligenciada e de difícil tratamento, à medida que a região da África Oriental traça um caminho para sua eliminação.

Também conhecida como calazar, a leishmaniose visceral é o parasita mais mortal do mundo (depois da malária) e causa febre, perda de peso, aumento do baço e do fígado e, se não for tratada, a morte.

O calazar é transmitido pela picada de flebotomíneos infectados e é endêmico em 80 países, principalmente no leste da África (atualmente com o maior número de casos), no sul da Ásia e na América Latina.

Como acontece com outras doenças transmitidas por vetores, a mudança climática está mudando a epidemiologia da leishmaniose e pode levar à sua expansão para novas áreas.

Estima-se que existam de 50.000 a 90.000 novos casos por ano em todo o mundo, metade deles em crianças com menos de 15 anos de idade, enquanto um bilhão de pessoas estão em risco globalmente.

Na África, o tratamento atual para a leishmaniose visceral envolve injeções dolorosas, administradas diariamente no hospital por 17 dias, um tratamento que também pode ter efeitos colaterais raros, mas potencialmente fatais, inclusive no coração, no fígado e no pâncreas. Ao contrário, a nova molécula LXE408 que está sendo estudada na Etiópia é administrada na forma de comprimidos orais e espera-se que seja mais segura do que o tratamento atual.

“Nossa esperança é que o novo tratamento oral seja eficaz e menos tóxico e possa ser administrado aos pacientes no nível de atenção primária à saúde, perto de suas casas”, disse a Dra. Eleni Ayele, co-investigadora principal do ensaio clínico no Centro de Pesquisa e Tratamento da Leishmaniose da Universidade de Gondar.

npg/lpn

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