23 de December de 2024
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ONU: Violência sexual ligada a conflitos aumentou em 2023

ONU: Violência sexual ligada a conflitos aumentou em 2023

Nações Unidas, 23 abr (Prensa Latina) A Organização das Nações Unidas (ONU) registrou um aumento dramático das violências sexuais ligadas aos conflitos em 2023 ao verificar 3.688 casos, segundo um relatório da ONU, divulgado na sexta-feira.

Durante um encontro do Conselho de Segurança para apresentar seu relatório anual, a representante especial da ONU, Pramila Patten, assegurou que se trata de um aumento de mais de 50% das taxas de 2022, com pontos focais em Israel, Gaza, Sudão, Ucrânia, Haiti, Mianmar e República Democrática do Congo (RDC).

O documento descreve em particular as “agressões sexuais” praticadas pelas forças israelitas na Cisjordânia e as “informações convincentes” sobre as violações realizadas pelo Hamas sobre os reféns na Faixa de Gaza.

“A tarefa existencial essencial que enfrentamos é silenciar as armas e amplificar as vozes das mulheres como um eleitorado fundamental para a paz”, disse Patten.

O aumento registrado é particularmente alarmante em um contexto global em que o acesso humanitário é severamente restrito e limitado, disse ela.

Ao mesmo tempo, a pesquisa alerta para o uso sem precedentes da violência letal para silenciar os sobreviventes, com referência especial aos conflitos em andamento na RDC e em Mianmar.

Segundo ela, agentes armados também ameaçaram profissionais da saúde no Sudão, enquanto defensores dos direitos humanos no Sudão do Sul, na República Democrática do Congo e em outros lugares enfrentaram represálias.

95% dos casos registrados em 2023 afetaram mulheres e meninas, enquanto 32% dos incidentes foram relatados contra crianças, em sua maioria contra garotas.

Pelo menos 21 casos verificados tinham como alvo lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer e pessoas intersexuais.

No entanto, de acordo com a autora, o texto não consegue transmitir a gravidade e a brutalidade desses incidentes, pois não reflete a escala global do que ela descreveu como um crime pouco relatado e historicamente oculto.

“Sabe-se que para cada sobrevivente que se apresenta, muitos outros são silenciados por pressões sociais, estigma, insegurança, serviços precários e perspectivas limitadas de justiça”, disse ela.

A representante especial pediu uma mudança na dinâmica do poder para enfrentar esse flagelo, enfatizando a necessidade de maior participação das mulheres, regulamentação e embargos de armas, apoio financeiro aos defensores dos direitos humanos e mudanças no terreno.

npg/ebr

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