A Operação Walkiria II começou nas primeiras horas da manhã e foi realizada por 23 promotores e cem agentes da Equipe Especial de Promotores contra a Corrupção no Poder (EFICOP), que invadiram 21 residências e escritórios de pessoas envolvidas na organização criminosa, como os promotores chamam a rede.
O Ministério Público confirmou que foram presos o advogado José Luis Castillo – defensor do chefe de outra rede de corrupção judicial, César Hinostroza -, a empresária Mirtha Gonzales e os ex-assessores de Benavides, Miguel Ángel Girao e Abel Hurtado, além de Giancarlo Valer Enciso, Jorge Luis Palomino e Jorge Jonathan Rodríguez.
Os detidos estão sendo investigados pelos supostos crimes de pertencer a uma organização criminosa, conluio agravado, tráfico de influência e outros, por dar e receber subornos em troca de arquivar ou beneficiar réus processados por vários crimes.
Na primeira fase da investigação, foram obtidas as confissões de Jaime Villanueva, principal assessor de Benavides, que serviram de base para ações posteriores, como a de hoje, e inicialmente levaram à suspensão de Benavides para que ela não obstruísse as investigações a partir de sua alta posição.
Também foram invadidos os escritórios do advogado Óscar Nieves, que meses atrás havia sido apontado como assessor jurídico da Presidente Dina Boluarte e que é mencionado nos fundamentos da operação por ter pago subornos para arquivar o caso de um de seus clientes.
O extenso arquivo do caso, com mais de 200 páginas, detalha essa e outras propinas semelhantes, nomeações ou remoções de promotores em benefício dos investigados por corrupção e outros crimes, bem como acordos políticos para consolidar Benavides no cargo.
As batidas incluíram uma operação na casa do jornalista neoliberal Juan Carlos Tafur, suspeito de ligações com a rede, o que ele negou e alegou ser vítima de uma vingança da promotora Marita Barreto, coordenadora da equipe de acusação anticorrupção.
O suspenso Benavides tentou desacreditar a operação liderada por Barreto, chamando-a de “manobra grosseiramente concertada”, a fim de justificar sua suspensão definitiva pelo Conselho Nacional de Justiça (JNJ).
O JNJ planeja concluir o processo administrativo contra Benavides nos próximos dias, ao qual poderá ser acrescentado um processo judicial.
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