Correspondente da Prensa Latina na China
Em entrevista à Prensa Latina, Xu Shibing, presidente da Associação do Café de Hainan, sul da China, disse que seu cultivo é superior a 67 hectares e a produção anual é de aproximadamente 100 toneladas. “O café fica principalmente exposto ao sol, depois descascamos normalmente, armazenamos e depois seguimos o método tradicional de cozedura, depois misturamos com açúcar no processo de torra e depois moemos em equipamentos tradicionais de pedra”, explicou.
Segundo o administrador da Fushan Coffee House, além do patrimônio, os produtores contam com anos de pesquisa e desenvolvimento para tornar esse processo diferenciado.
Nas décadas de 1970 e 1980, Xu Xiuyi visitou grandes processadores de café em todo o mundo e trouxe cerca de 100 amostras da China e do exterior para Fushan, disse ele.
Segundo o entrevistado, filho deste pioneiro no cultivo de grãos aqui, seu pai realizou inúmeras experiências nos anos seguintes para descobrir as melhores técnicas e processamentos nessa área.
Devido ao sucesso do café Fushan, foi incluído na lista de projetos representativos do patrimônio cultural imaterial provincial, a produtora foi reconhecida como líder na industrialização agrícola de Hainan e foi selecionada como uma das dez principais marcas de consumo na China.
Embora os principais consumidores sejam locais, Xu acredita que num futuro próximo a China se tornará o maior mercado para o café devido à crescente popularidade desta bebida e em particular mencionou que só neste concelho existem 300 cafetarias.
Segundo ele, mantém intercâmbio constante com congêneres da Malásia, Indonésia e Vietnã, conhecidos por serem grandes produtores de café em grão.
Além disso, a Casa do Café de Fushan também funciona como um centro de aprendizagem onde todos os anos cerca de 400 alunos aprendem sobre esta técnica tradicional.
Na cafeteria do Xu a bebida é servida em uma xícara de cerca de 200 mililitros semelhante ao café estilo americano, a intenção é provar o sabor do grão sem mais açúcar do que o já incorporado durante o processo de produção.
Porém, essa não é a forma mais popular de consumir café por aqui, já que os moradores de Hainan costumam adicionar uma espécie de leite condensado e acompanhar a degustação com água natural adoçada com um toque de limão.
A China é atualmente um novo motor da indústria cafeeira global, segundo dados especializados em 2023 o mercado nacional ultrapassou os 80 bilhões de euros e em 2025 esse valor deverá aumentar para 130 bilhões.
Por outro lado, Hainan está a estabelecer-se como um centro de classe mundial para o turismo chinês e mundial, com um recorde de 90 milhões de visitantes no ano passado.
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