Participaram do evento acadêmico, diplomatas e pesquisadores de diversos ramos do conhecimento, proposto pela Internacional Progressista (IP) e pela Associação Nacional de Economistas e Contadores de Cuba (ANEC).
Aprovada há 50 anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a NOIE e o seu programa de ação de 1974 foram uma das tentativas mais significativas dos países em desenvolvimento para continuar a luta pela descolonização.
Mas hoje são necessários renovados apoios conceituais e intelectuais para travar esta difícil batalha, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, no dia de abertura do evento, que contou com a presença do chanceler Bruno Rodríguez.
Os estados capitalistas desenvolvidos sabotaram o projeto NIEO desde o seu nascimento; sob a liderança fundamental dos Estados Unidos, impediram consistentemente a tomada das decisões necessárias à sua implementação, limitando a alocação de recursos financeiros e a capacidade de ação das Nações Unidas, argumentou o diplomata.
Mais tarde, com a euforia e a desorientação causadas pelo colapso do socialismo na Europa, as correntes e políticas neoliberais conseguiram impor-se com o dogmatismo messiânico, o que corroeu a autoridade da NOIE e a consciência conceptual e ideológica necessária à sua implementação, afirmou Fernández de Cossío .
Na opinião do ex-presidente colombiano Ernesto Samper, outro problema fundamental é a dolarização da economia; À custa do papel do dólar nas finanças internacionais, os Estados Unidos aplicaram sanções unilaterais contra 31 países, que representam cerca de um terço da população mundial e 70% da superfície do planeta, ilustrou.
Segundo o fórum, é urgente ir mais longe para estabelecer uma nova arquitetura financeira internacional e desmantelar o paradigma político prevalecente, que limita os conceitos de democracia e direitos humanos à existência do capitalismo.
Esse é o paradigma da ocidentalização do mundo e diante dele deve ser apresentado outro paradigma: o socialismo como fonte de justiça e igualdade social e, portanto, de liberdade política, recomendou Samper, que também destacou a necessidade de mudanças estruturais para deixar para trás a síndrome “extrativista” predominante nas economias do Sul.
Segundo David Adler, co-coordenador geral do PI, este encontro em Havana tem entre os seus motivos de incentivo a Revolução Cubana, que não desistiu e continua a abrir espaços de diálogo para quem quer lutar pela libertação econômica do povos.
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