Em uma entrevista publicada na segunda-feira pelo diário Il Messaggero, Crosetto se referiu à divisão que essa questão gera entre os países da região porque, segundo ele, “em escolhas fundamentais e estratégicas, a Europa nada mais é do que uma soma de vontades, às vezes convergentes e muitas vezes divergentes, dos diferentes Estados”.
Com relação às repetidas referências de Macron à possível participação de tropas europeias no conflito, o ministro da defesa italiano disse que esse estágio difícil “exige capacidade analítica, racionalidade, competência tática e diplomática”, portanto, em sua opinião, é duvidoso que essa opção seja benéfica.
“É um momento que não tem precedentes semelhantes na história recente”, enfatizou o ministro, argumentando que, se formos procurar exemplos semelhantes, veremos resultados dramáticos, como as duas guerras mundiais.
Crosetto lembrou que, no ano passado, ele argumentou em fóruns internacionais e conversou com Zelensky durante uma visita a Roma que “a contraofensiva ucraniana não teria sucesso devido à superioridade militar russa e poderia ser prejudicial ao resultado do conflito”, mas não foi ouvido.
No último sábado, em resposta a uma pergunta de um jornalista do jornal Corriere della Sera, o ministro garantiu que a Itália “sempre descartou a intervenção direta de nossos militares no conflito ucraniano”.
Referindo-se às recentes declarações de Macron a favor dessa possibilidade, ele disse que “não julgo o presidente de um país amigo como a França, mas não entendo o propósito e a utilidade dessas declarações, que objetivamente aumentam a tensão”.
“Não há condições para nossa participação direta, todas as formas de diálogo devem ser buscadas, começando a tecer a teia da diplomacia, e não devemos deixar pedra sobre pedra para chegar a uma trégua”, enfatizou Crosetto.
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