A Assembleia Nacional (Parlamento) solicitou respostas ao Executivo em resposta às reclamações dos habitantes dessa área costeira sobre a derrubada do manguezal de Esterillo Oloncito para a construção de um conjunto habitacional pela empresa Vinazin S.A., da qual Valbonesi é o principal acionista.
Hoje, cinco ministros foram convocados para a Comissão Especializada Permanente sobre Governos Autônomos, Descentralização, Competências e Organização Territorial da Assembleia.
Os convocados para a mesa legislativa na quarta-feira são o Ministro do Meio Ambiente, Sade Fristchi; Roberto Luque, de Obras Públicas e responsável pela pasta de Energia e Minas; a Ministra do Interior, Monica Palencia; Nielsen Olsen, do Turismo; e Gian Carlos Loffredo, da Defesa.
A mídia local e as organizações ambientais indicam que o Ministério chefiado por Fritschi autorizou o projeto de desenvolvimento urbano na área declarada em 2001 como “floresta e vegetação de proteção”.
Em entrevista ao BN Periodismo, Roberto Palacios, da Fundação Ecológica Oloncito, criticou o fato de a vegetação estar sendo afetada em uma faixa de 10 a 15 metros com o consentimento das autoridades ambientais e com o argumento de que a terra é propriedade da empresa Vinazin.
Essa entidade planejou o projeto chamado Echo, que consiste em um conjunto de quatro edifícios com diferentes andares cada um e incluiria áreas sociais, áreas verdes, estacionamento para visitantes, estradas de acesso, acesso à praia, entre outras obras.
Além disso, os ativistas denunciaram que o Ministro Luque é um dos acionistas da empresa Geosísmica, responsável pelos estudos para a construção da urbanização, e que a filha de Palencia processou as licenças para as obras.
Diante dos protestos dos moradores, policiais da Unidade de Manutenção da Ordem e do Grupo de Operações Especiais chegaram ao local na terça-feira.
Os legisladores do movimento Revolução Cidadã exigiram a suspensão imediata do projeto e o início de uma investigação completa sobre as irregularidades e conexões políticas que facilitaram essa atrocidade. “O uso indevido da consulta popular e a repressão policial contra defensores do meio ambiente e membros da comunidade local são evidências de um abuso de poder que não podemos tolerar”, enfatizou a organização política em referência à presença de policiais uniformizados na área.
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