23 de December de 2024
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A passagem da chama olímpica de Paris-2024 pela Nova Caledónia

A passagem da chama olímpica de Paris-2024 pela Nova Caledónia

Paris, 17 mai (Prensa Latina) A chama dos Jogos Olímpicos Paris-2024 não passará pela Nova Caledónia como estava previsto, decisão anunciada hoje pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, devido à violência no arquipélago.

Segundo a BFM TV, Attal informou os presidentes da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, e do Senado, Gérard Larcher, e os líderes dos grupos parlamentares, numa reunião na capital para discutir a crise na coletividade ultramarina, por onde a tocha deveria passar a 11 de junho.

Desde segunda-feira, a Nova Caledónia vive uma situação de violência, com cinco mortos, três civis e dois gendarmes, centenas de feridos e danos materiais avultados devido ao incêndio de veículos e instalações e a pilhagens, um cenário derivado do objetivo do governo francês de alargar os cadernos eleitorais, uma medida rejeitada pelos partidários da independência.

Os organizadores de Paris-2024 incluíram os territórios ultramarinos no percurso de 12 mil quilómetros da chama olímpica, que atravessará mais de 400 cidades e comunas francesas, antes de chegar a 26 de julho junto ao rio Sena para a inauguração do evento de verão sob os cinco anéis.

Segundo a BFM TV e outros meios de comunicação social, Attal mostrou-se disposto a dialogar e apontou a via política como única solução para as tensões no arquipélago da Oceânia, que a ONU inclui na lista de territórios não autónomos do seu Comité Especial para a Descolonização.

Por seu lado, o deputado pró-governamental Braun-Pivet e o senador Larcher (Republicanos) defenderam o envio de uma missão à Nova Caledónia para facilitar as conversações.

O governo acusa o grupo Célula de Coordenação das Acções no Terreno (CCAT) de alimentar a violência e as tensões, enquanto as vozes de esquerda denunciam que o executivo pretende criar uma colónia e exigem a retirada da revisão constitucional, já aprovada pela Assembleia Nacional.

Os partidários da independência rejeitam o alargamento dos cadernos eleitorais, alegando que este visa reduzir a visibilidade dos Kanaks, os habitantes indígenas que constituem mais de 40% da população local.

lam/wmr/glmv

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