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PNUD destaca aspectos-chave para avançar a Agenda 2030

PNUD destaca aspectos-chave para avançar a Agenda 2030

Havana, 17 mai (Prensa Latina) O financiamento para o desenvolvimento e uma abordagem integral aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são aspectos fundamentais para avançar a Agenda 2030, destacou a diretora do PNUD para a América Latina e o Caribe, Michelle Muschett.

Por Luisa María González

Em entrevista exclusiva à Prensa Latina, o alto executivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) declarou que estas são questões muito importantes no que diz respeito ao compromisso assumido por todos os países que compõem as Nações Unidas.

Referindo-se ao financiamento do desenvolvimento, afirmou que “podemos ter os planos, as estratégias, o compromisso, a vontade, mas se os recursos não forem canalizados para financiar essa agenda de desenvolvimento sustentável, definitivamente não conseguiremos alcançar isso, nem a tempo, nem depois”.

Um segundo elemento enfatizado como um princípio importante da Agenda 2030 é a sua abrangência, uma vez que todos os ODS estão relacionados.

“Trata-se de gerar abordagens virtuosas, combinações de políticas públicas que possam afetar mais de um objetivo ao mesmo tempo e que tenham efeitos positivos sobre outros”, afirmou.

Neste sentido, citou como exemplo que o governo cubano delineou entre as suas prioridades a transição para as energias renováveis, o que tem impacto noutras esferas.

Esta transição, argumentou, tem várias dimensões e está ligada, claro, às energias renováveis, que implicam uma série de compromissos ambientais, mas também são sociais e estão relacionados com a produtividade, infraestruturas e resiliência.

Muschett está em Cuba para uma Conferência sobre Financiamento do Desenvolvimento, que desde ontem reúne nesta capital altos representantes de diversas entidades internacionais.

Durante a entrevista, referiu-se também ao Relatório de Desenvolvimento Humano recentemente publicado e sublinhou o elevado valor deste documento abrangente que o PNUD disponibiliza periodicamente à comunidade internacional.

“… A começar pela abordagem ao conceito de desenvolvimento humano. Antes de 1990, pensar que o desenvolvimento era algo diferente, ou mais do que crescimento económico, não era uma ideia amplamente aceite. E hoje, apesar de termos muitos desafios, é muito claro que quando dizemos desenvolvimento, não estamos a falar exclusivamente de crescimento econômico”, observou.

Em relação à América Latina e ao Caribe, explicou, o Relatório demonstrou que a região construiu o seu desenvolvimento sem torná-la suficientemente resiliente aos choques enfrentados, bem como que a desigualdade persiste e aumenta entre os países.

O texto mostra que “o Índice, a nível global, teve melhorias importantes após o impacto da pandemia (Covid 19), mas não foram suficientes. No contexto da América Latina, 12 países conseguiram regressar aos seus níveis pré-pandêmicos, mas 21 permanecem abaixo”, afirmou.

Lembrou que a região foi a mais afetada no mundo pelas consequências do flagelo e é uma das regiões que apresentou maior melhoria no Índice, sem ainda atingir os padrões anteriores.

Muschett defendeu a construção de um desenvolvimento humano resiliente na área, que possa antecipar estes choques de diferentes naturezas e reduzir o seu impacto no desenvolvimento humano, além de facilitar uma recuperação mais rápida e ágil.

No caso particular de Cuba, sublinhou que desde 1990 teve uma melhoria constante nos indicadores de desenvolvimento humano e, tal como os restantes países do mundo, foi afetada pela pandemia.

“Neste momento, se não conseguimos recuperar os níveis pré-Covid 19, estamos muito perto de chegar lá. É importante reconhecer isto”, observou.

Por outro lado, o representante do PNUD também discutiu a próxima Conferência sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, que será realizada no final deste mês em Antígua e Barbuda.

Indicou que o evento terá uma elevada componente em torno da questão da resiliência – no seu sentido mais lato – face aos choques climáticos, mas também a outros tipos de choques que estes países enfrentam de forma desproporcional e exacerbada, dada a sua posição geográfica, sua configuração e suas dimensões

Para Muschett, é também uma grande oportunidade para posicionar e tornar visíveis não só os desafios, mas também o potencial e as oportunidades de desenvolvimento que este grupo de países possui, particularmente os do Caribe.

O representante do PNUD mencionou os casos de Trinidad e Tobago com a possibilidade de se tornar uma espécie de hub digital para o Caribe, ou de Cuba com a sua indústria biofarmacêutica.

Este setor, considerado prioritário e estratégico, “tem claro que tem como principal objetivo a satisfação das necessidades nacionais, mas tem um enorme potencial para gerar benefícios para o resto da região, e porque não pensar nisso?, também para o resto do mundo”, disse ele.

mem/lmg/ls

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