A recente visita da subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, permitiu discutir temas essenciais como o acesso à educação para as mulheres afegãs.
A agenda da enviada incluía reuniões com a liderança de facto e a comunidade diplomática em Cabul, bem como com representantes da sociedade civil, de acordo com um comunicado de imprensa emitido aqui.
Além disso, a enviada estendeu um convite antecipado ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Amir Khan Muttaqi, para participar na próxima reunião de enviados especiais para o Afeganistão, cujo objetivo é aumentar o empenhamento internacional de uma forma mais coerente, coordenada e estruturada.
A troca com os Taliban representa um forte desafio para a ONU, que não reconhece a sua legitimidade após três anos no poder, enquanto as autoridades de facto insistem em aderir ao organismo.
Ao mesmo tempo, as entidades humanitárias presentes no país concordam com a necessidade de reforçar a ajuda às populações civis, afectadas por níveis crescentes de pobreza e pelo flagelo de fenómenos naturais extremos.
Questões como o acesso das mulheres à educação, a luta contra o tráfico de droga e o respeito pelos direitos humanos têm estado no centro das trocas de impressões entre as duas partes.
A visita da funcionária da ONU entre 18 e 21 de maio permitiu-lhe discutir com os seus interlocutores “os vários desafios que o Afeganistão enfrenta”, de acordo com a informação divulgada.
As partes interessadas afegãs insistiram que qualquer estratégia de envolvimento internacional deve prestar atenção aos desafios humanitários, económicos e de desenvolvimento combinados que o Afeganistão enfrenta, acrescentou.
Sublinharam também os riscos e ameaças colocados pelos narcóticos e pelos grupos terroristas.
A ONU estima as necessidades humanitárias para este ano no país em 3,60 mil milhões de dólares.
A sua resposta humanitária tem como objetivo chegar a 17,3 milhões dos 23,7 milhões de afegãos que necessitam de assistência para salvar vidas, ou seja, mais de metade da população do país.
O país continua a ressentir-se de décadas de guerra e a debater-se com crises induzidas pelo clima, catástrofes naturais recorrentes, pobreza enraizada e barreiras à participação das mulheres na vida pública.
As principais prioridades da agência incluem a ajuda alimentar, a água potável, os cuidados de saúde e a educação, bem como a satisfação das necessidades prementes de água, saneamento e higiene.
jha/ebr/glmv