O relatório indica que estão em investigação mais 2 mil 666 mortes pela doença e, no mesmo período do ano passado (até à semana 20), o país registou 867 óbitos.
O número de mortes é o maior desde o início da série histórica, em 2000. O recorde anterior havia sido registrado no último ano civil (1.179). O terceiro ano com maior número de mortes foi 2022, com 1,53.
Além disso, o gigante sul-americano tem mais de 5 milhões de casos prováveis da doença.
A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse em fevereiro que a estimativa do Ministério era de que o país registrasse 4,2 milhões de casos este ano. Antes mesmo do fim do primeiro semestre, esse número foi ultrapassado.
Atualmente, o estado de São Paulo tem o maior número de mortes (805), seguido por Minas Gerais (519), Paraná (367) e Distrito Federal (365).
No outro extremo estão o Acre e Roraima, que não registaram mortes por dengue este ano.
As previsões do setor privado indicam que o impacto atual do surto continuará até junho.
De acordo com a análise do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com dados de cerca de 500 mil testes diagnósticos realizados entre maio de 2022 e maio de 2024 nos laboratórios Fleury, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein e Sabin, a positividade dos testes de dengue atingiu o maior nível dos últimos dois anos.
A porcentagem de resultados positivos foi de 34,5 porcento na Semana Epidemiológica 19, de 5 a 11 de maio. No mesmo período em 2023 foi de 26 por cento e em 2022 (20,5).
Diante dos níveis recordes de positividade notificados, acima de 35 por cento em alguns estados brasileiros e em diferentes faixas etárias, os surtos de dengue que estamos vendo hoje no país ainda serão motivo de atenção durante todo o mês de junho’, alertou o virologista Anderson Brito, pesquisador do ITsP.
A dengue pertence a um grupo de doenças chamado arboviroses e o vírus é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.
A doença possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4-. Todos eles podem causar diferentes formas da doença.
O último relatório do Ministério da Saúde reconhece a existência de três serotipos em circulação simultânea no país, com maior incidência no um e no dois.
Da mesma forma, todos os grupos etários são igualmente susceptíveis à doença, mas os idosos e as pessoas com doenças crónicas, como a diabetes e a hipertensão arterial, correm maior risco de evoluir para casos graves ou para a morte.
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