Os debates terão início depois que os 12 membros do conselho ouvirem novamente alguns trechos dos depoimentos, pedido feito ontem ao juiz Juan Merchan.
A expectativa é que a revisão esclareça todas as dúvidas dos painelistas e chegue a um consenso na tarde desta quinta-feira. Embora não esteja descartado que as deliberações se estendam até a próxima semana
Ontem foi o primeiro dia de discussões, que duraram quatro horas e meia sob a supervisão e instruções precisas de Merchan, mas terminaram sem chegar a um veredicto.
O júri examina à porta fechada os argumentos apresentados pela defesa e pelos procuradores entre abril passado e ontem, durante audiências realizadas num tribunal de Nova Iorque.
O caso é considerado histórico porque é a primeira vez nos Estados Unidos que um ex-presidente vai a julgamento por acusações criminais e, nesta ocasião, o republicano enfrenta 34 acusações por falsificar registros comerciais para encobrir o pagamento em 2016 – quando ele estava buscando a presidência – para a atriz pornô Stormy Daniels.
A apresentação das acusações terminou ontem de forma dramática e o Ministério Público exortou o júri a condenar Trump face a uma “montanha” de provas.
Entretanto, Todd Blanche, o principal advogado do ex-presidente (2017-2021), tentou apresentar Michael Cohen, a principal testemunha, como um mentiroso confesso, e que o caso da acusação não poderia provar a culpa do seu cliente para além de qualquer dúvida razoável.
Cohen, ex-aliado de Trump, foi fundamental por ter pago Daniels para manter a boca fechada e depois foi reembolsado por seu então chefe.
O julgamento continua sob os holofotes da mídia televisiva, através de uma cobertura especial que também garante publicidade ao magnata enquanto ele prossegue com suas aspirações eleitorais.
Antes de 15 de Abril, Trump fez o indescritível – através da sua equipe jurídica – para atrasar o processo. O ideal para ele, como se pode presumir, era que os atrasos ultrapassassem o dia 5 de novembro, data das eleições gerais.
Além do julgamento criminal em Nova Iorque, o político também tem outros três pela frente em Washington, Flórida e Geórgia.
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