Em seu discurso no início da sessão ampliada do Conselho Ministerial Brics Plus, onde participam os 10 países-membros (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã), como além de vinte convidados que concordam com os princípios da associação, o chanceler russo garantiu que a maioria mundial está representada entre eles.
“A reunião de hoje reflete o rumo dos membros do BRICS para desenvolver ligações com países interessados do Sul e do Leste Global, os países da maioria do mundo, a fim de encontrar formas de resolver os problemas globais mais prementes que todos os membros da comunidade internacional enfrentam sem exceção”, destacou.
Lavrov sublinhou que diante dos olhos das nações interessadas no desenvolvimento equitativo e na segurança dos povos, está a ocorrer uma profunda transformação das relações internacionais, associada à formação de um sistema de ordem mundial mais justo e policêntrico, refletindo toda a paleta de aspectos culturais e civilizacionais da diversidade do mundo moderno.
Nesse sentido, afirmou que a principal tendência do evento é “o fortalecimento da voz dos Estados fora do Ocidente coletivo: na Ásia, na África, no Oriente Médio, na América Latina e no Caribe. Somente unindo fileiras poderemos promover efetivamente uma visão e objetivo comum de um futuro justo para todos”, disse ele.
O chefe da diplomacia do gigante euroasiático insistiu na necessidade de reforçar o papel das associações interestaduais que promovem abordagens equilibradas e equitativas ao desenvolvimento internacional.
São formatos em que os princípios da cooperação igualitária são aplicados em factos e não em palavras. Entre elas, juntamente os BRICS, estão a Organização de Cooperação de Xangai, a União Africana, a União Econômica da Eurásia, a Comunidade de Estados Independentes, a Asean, a Liga Árabe, a Celac e muitas outras associações, explicou.
Lavrov enfatizou que a tarefa de fortalecer o quadro jurídico internacional e os princípios coletivos na tomada de decisões sobre questões globais ganhou destaque.
“Esse é o princípio estabelecido na Carta das Nações Unidas. Mas, infelizmente, as decisões tomadas pelo “Ocidente coletivo”, especialmente no domínio da economia, finanças, comércio e mais, não se conformam, cada vez mais, com os princípios básicos deste documento da ONU”, sublinhou a chanceler.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo apelou aos presentes para debaterem os caminhos para a formação da ordem mundial multipolar, bem como a recuperação econômica global após a pandemia e a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aprovados pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
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